COSTUMES BÍBLICOS: Um Modelo de Ensino seguido pelos Discípulos


Um Modelo de Ensino seguido pelos Discípulos

UM MODELO DE ENSINO
Os discípulos, uma vez que se tornavam mestres, ao ensinarem suas próprias doutrinas não se referiam apenas às lições do mestre, mas declaravam também, e muitas vezes simplesmente: "Outrora, dizia-se assim", ou "o meu mestre decidiu desse ou daquele modo; portanto, a questão deve ser resolvida desta forma".
Os discípulos também estavam obrigados a prestar ao mestre aqueles serviços que um senhor podia exigir do seu servo. Entretanto, serviços próprios de escravos, como desatar as sandálias, lavar os pés etc., não podiam ser exigidos deles.
Naturalmente e como sempre acontece, nem todo discípulo era luminar da ciência. Uma sentença dividia-os em quatro grupos: os discípulos esponjas, ou seja, que assimilam tudo, tanto as coisas essenciais como as acidentais; os discípulos funis, nos quais tudo entra por um ouvido e sai pelo outro; os discípulos coadores, que deixam escorrer o vinho, guardando apenas a borra, isto é, as coisas de pouca importância; e os discípulos peneiras, que guardam o que é importante, desprezando as palhas de uma lição.
A finalidade do ensino era alcançada se um discípulo conseguisse acrescentar imediatamente a qualquer pergunta que lhe fosse feita os mais apropriados Textos Sagrados e suas explicações, bem como as conclusões dessas explicações e as determinações que provinham das tradições. Quanto mais verbalmente suas respostas se adaptassem às explanações do rabi, tanto mais vantajoso seria o julgamento a seu respeito. (Veja DISCÍPULOS E APÓSTOLOSJESUS COMO MESTRE DOS DISCÍPULOS)
Esses estudantes deviam fazer uma espécie de exame antes de serem promovidos. E nem todos, como ainda hoje acontece, alcançavam o almejado grau. Devemos supor que entre todos os discípulos citados, nas várias relações concernentes, alguns nunca terminavam propriamente o estudo.
A formatura, a nomeação para rabi, encerrava em si carta branca para exercer os cargos de mestre e de juiz. A transmissão das atribuições do mestre para os discípulos eram simbolizada pela imposição das mãos do mestre sobre o discípulo, conferindo-lhe, dessa forma, os cargos de ensinar e o de julgar. A promoção era confirmada, conforme a cerimônia, pela "imposição das mãos".
A fórmula em uso era: "Eu te nomeio rabi; sê, pois, nomeado!" Um doutor da lei que não tivesse recebido o cargo de outro não figurava na cadeia de mestre vindo de Moisés. A opinião geral era a de que, se esta cadeia se partisse inteiramente, nunca mais poderia ser recomeçada.
Os doutores da lei exigiam, de acordo com as palavras das Escrituras, obediência incondicional às suas decisões, que, conforme proferiam, eram simples consequências da lei de Deus. Certamente, já havia, no tempo de Jesus, doutores da lei com alta estima de si mesmos, conforme expressa esta sentença: "Mais importantes são as palavras dos doutores do que as dos profetas".
De acordo com essa opinião, os doutores da lei estavam acima dos profetas. E foi justamente com base nessa teoria que os doutores da lei agiram contra João e contra Jesus.
Alguns, entretanto, viviam na miséria, apesar de sua posição elevada. Informações antigas dão conta de que alguns doutores da lei, por necessidade, serviam em algum navio, e de que outros, por serem "tão sábios, podiam até contar as gotas do mar", mas que, mesmo assim, passavam fome, viviam na miséria.
Por esse motivo, era obra extremamente meritória ajudar um doutor da lei com ofertas ou de qualquer outro modo. Muitas dádivas eram oficialmente recolhidas para eles. Em muitos casos, alguns doutores da lei chegava até a procurar um ofício manual qualquer para o seu sustento. O apóstolo Paulo, por exemplo, era fabricante de tendas. Há histórias que contam que certo doutor da lei trabalhava como pedreiro.

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Filipenses 1:9-11

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