JESUS DIANTE DE HERODES
Segundo o historiador Flávio Josefo, Herodes ocupava o antigo palácio dos príncipes asmoneus, descendentes dos macabeus, situado a pouca distância, no lado sudoeste do Templo. Foi para lá que os membros do Sinédrio e seus capangas conduziram o acusado.
Segundo o historiador Flávio Josefo, Herodes ocupava o antigo palácio dos príncipes asmoneus, descendentes dos macabeus, situado a pouca distância, no lado sudoeste do Templo. Foi para lá que os membros do Sinédrio e seus capangas conduziram o acusado.
O tetrarca concedeu, imediatamente, uma audiência. Ao ver Jesus, não dissimulou a sua alegria, pois ouvira coisas maravilhosas a respeito dele e desejava conhecê-Lo pessoalmente, esperando que Cristo operasse diante de seus olhos algum prodígio. Esses traços psicológicos revelam um príncipe leviano à espera de um novo tipo de entretenimento à custa de Jesus. Fez muitas perguntas ao Salvador sobre diversos assuntos, mas nenhum deles era sério, porquanto Jesus guardou um nobre silêncio.
Já os membros do Sinédrio, dominados pelo ódio, renovaram as suas acusações contra o Salvador diante de Herodes. Mas o empenho deles foi inútil, porque Herodes também não fez caso de suas calúnias.
Contudo, ferido em sua vaidade, Herodes submeteu Jesus a uma mesquinha vingança. Para escarnecer do Mestre, vestiu-o com uma túnica resplandecente, símbolo da dignidade real e, imitado pelos membros de sua corte, os conselheiros e os soldados, que foram com o tetrarca a Jerusalém, divertiu-se zombando do SENHOR. Depois dessa grotesca paródia, devolveu-o a Pilatos, esquivando-se também de resolver aquele enfadonho assunto.
Entre Pilatos e Herodes, havia uma profunda inimizade, nascida provavelmente de algum conflito de jurisdição. Mas desde esse dia, depois que o tetrarca se sentiu agradecido pela atenção que Pilatos lhe dera enviando Jesus ao seu tribunal, os dois se reconciliaram.
O governador então disse: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu nenhum crime acho nele (Jo 19.6). Pilatos imaginava que, sem a sua autorização expressa, os membros do Sinédrio não ousariam pôr em execução a sentença. Essa aparente concessão era outra ironia de Pilatos. Mas as autoridades judaicas replicaram: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus (Jo 19.7). A lei mosaica decretava a pena de morte contra os blasfemos, e Jesus, na opinião de seus inimigos, havia cometido esse crime ao reivindicar o título de Filho de Deus.
Os judeus perceberam que Pilatos lhes concedia apenas um direito ilusório. E, para obter a autorização definitiva, fizeram nova acusação. O ódio os tornava hábeis. Primeiro, eles haviam acusado Jesus de um delito político. Agora, acusavam-no de um delito religioso. Então, apresentaram contra ele outra acusação política, acomodando os seus interesses às circunstâncias. Pilatos interpretou essa acusação conforme os seus conceitos pagãos. Se aquele homem era verdadeiramente filho de uma divindade, a que vingança não ficaria exposto, caso ratificasse a sentença do Sinédrio! Apressou-se, pois, em interrogar ao Senhor novamente: De onde és tu? (Jo 19.9)
A pergunta era um tanto vaga. Podia significar simplesmente: "Qual é a tua pátria?" Mas Pilatos queria descobrir algum indício de sua verdadeira natureza. Mas Jesus não lhe deu resposta alguma. Pilatos, já esgotado, disse-lhe, em tom severo, fazendo valer a sua autoridade para intimidá-lo: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? (Jo 19.10)
Então, Jesus respondeu: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem (Jo 19.11). Os papéis são trocados: o presidente do tribunal torna-se acusado. Por maior que fosse o poder que Pilatos havia recebido do imperador, o que era um procurador comparado a Deus, a quem um dia teria de prestar contas de sua conduta? Mas Jesus reconheceu que Caifás e o Sinédrio cometeram maior pecado do que Pilatos, porque haviam condenado à morte o Messias.
Ao ouvir essas palavras, o governador ficou ainda mais perturbado e, para acalmar sua consciência, tentou com mais empenho livrar Jesus da morte. Mas os membros do Sinédrio, percebendo que a resistência do governador estava fraquejando, argumentaram: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra César! (Jo 19.12)
Cristo havia admitido que era rei, e proclamar-se rei em um reino já estabelecido é crime de lesa-majestade, que com certeza despertaria a fúria e uma vingança atroz da parte de Tibério. Confundindo o reino espiritual de Cristo com um reino político e terreno, os líderes religiosos judaicos deram um tiro certeiro. Insinuaram que Pilatos, caso pusesse Jesus em liberdade, estaria trabalhando contra os interesses de Tibério, seu benfeitor e senhor, e correria o risco de perder seu favor.
Já a ponto de ceder covardemente às exigências dos judeus, o governador quis desfrutar da vã satisfação de caçoar deles para vingar a derrota: Eis aqui o vosso rei (Jo 19.14), disse-lhes. Dessa vez, não havia compaixão nas palavras de Pilatos, mas sarcasmo. Tira! Tira! Crucifica-o! - gritaram eles, cheios de raiva. Hei de crucificar o vosso Rei? - insistiu Pilatos, cada vez mais irônico. Os líderes de Israel não se envergonhavam de manchar-se para sempre com esta odiosa réplica: Não temos rei, senão o César (Jo 19.15)
Eles preferiam aceitar como rei o infame Tibério a reconhecer Jesus como o Messias! Renegaram toda a sua história e os gloriosos privilégios de seu povo ao declararem-se vassalos do imperador romano, a quem, no coração, detestavam. O sacrilégio dos judeus correspondeu ao de Pilatos, que, dirigindo-se a Jesus, pronunciou a ordem oficial com a qual se decretava aquele suplício: Irás à cruz.
A cruz era degradante, mas aos olhos da fé, foi através dela que o Crucificado ganhou milhões e milhões de discípulos fiéis. Assim, logo depois do Pentecostes, os apóstolos não se envergonhavam de haver tido um crucificado por Mestre. Antes, regozijaram-se por proclamarem o sacrifício vicário de Jesus, que garantiu redenção para a humanidade. E, em sua pregação, em vez de lançarem um véu sobre essa morte vergonhosa de Jesus na cruz (At 2.36; 1Co 1.18,23; 2.2; 1Pe 2.24). Passemos agora aos fatos da crucificação de Jesus.
O suplício da cruz, de origem oriental,trazido aos persas, assírios e caldeus pelos fenícios, gregos, cartagineses, egípcios e romanos, foi modificado de várias maneiras com o decorrer dos tempos. Era, no princípio, uma simples estaca, na qual se atava ou empalava o condenado. Não demorou muito e chegou ao extremo de uma força, na qual o réu era suspenso pelo pescoço. Depois, com a adição de um braço transversal, tomou novo aspecto.
Havia três tipos de cruzes com braços. A primeira, tinha a forma de X. A segunda se parecia com a letra T. E a terceira não era diferente da segunda, senão pela prolongação do madeiro vertical. É chamada de cruz latina, que todos conhecemos. Uma antiquíssima tradição afirma que essa era a cruz do Salvador. Com efeito, a tabuinha com a inscrição Jesus Nazareno, Rei dos Judeus sobre a cabeça do Senhor só seria possível nesse tipo de cruz.
Já os membros do Sinédrio, dominados pelo ódio, renovaram as suas acusações contra o Salvador diante de Herodes. Mas o empenho deles foi inútil, porque Herodes também não fez caso de suas calúnias.
Contudo, ferido em sua vaidade, Herodes submeteu Jesus a uma mesquinha vingança. Para escarnecer do Mestre, vestiu-o com uma túnica resplandecente, símbolo da dignidade real e, imitado pelos membros de sua corte, os conselheiros e os soldados, que foram com o tetrarca a Jerusalém, divertiu-se zombando do SENHOR. Depois dessa grotesca paródia, devolveu-o a Pilatos, esquivando-se também de resolver aquele enfadonho assunto.
Entre Pilatos e Herodes, havia uma profunda inimizade, nascida provavelmente de algum conflito de jurisdição. Mas desde esse dia, depois que o tetrarca se sentiu agradecido pela atenção que Pilatos lhe dera enviando Jesus ao seu tribunal, os dois se reconciliaram.
JESUS É NOVAMENTE APRESENTADO AO POVO
Depois disso, o Salvador, coberto com um manto vermelho, coroado de espinhos, com o rosto ensaguentado e desfigurado pelos açoites, foi apresentado ao povo. O governador queria despertar a piedade deste, imaginando que os judeus não permaneceriam indiferentes a tais humilhações e a tamanha dor. Até mesmo os inimigos mais cruéis de Jesus se dariam por satisfeitos. Todavia, mais uma vez Pilatos estava enganado. No momento em que os príncipes dos sacerdotes e os criados do Sinédrio viram Jesus, começaram a gritar: Crucifica-o, crucifica-o! (Lc 23.21)O governador então disse: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu nenhum crime acho nele (Jo 19.6). Pilatos imaginava que, sem a sua autorização expressa, os membros do Sinédrio não ousariam pôr em execução a sentença. Essa aparente concessão era outra ironia de Pilatos. Mas as autoridades judaicas replicaram: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus (Jo 19.7). A lei mosaica decretava a pena de morte contra os blasfemos, e Jesus, na opinião de seus inimigos, havia cometido esse crime ao reivindicar o título de Filho de Deus.
Os judeus perceberam que Pilatos lhes concedia apenas um direito ilusório. E, para obter a autorização definitiva, fizeram nova acusação. O ódio os tornava hábeis. Primeiro, eles haviam acusado Jesus de um delito político. Agora, acusavam-no de um delito religioso. Então, apresentaram contra ele outra acusação política, acomodando os seus interesses às circunstâncias. Pilatos interpretou essa acusação conforme os seus conceitos pagãos. Se aquele homem era verdadeiramente filho de uma divindade, a que vingança não ficaria exposto, caso ratificasse a sentença do Sinédrio! Apressou-se, pois, em interrogar ao Senhor novamente: De onde és tu? (Jo 19.9)
A pergunta era um tanto vaga. Podia significar simplesmente: "Qual é a tua pátria?" Mas Pilatos queria descobrir algum indício de sua verdadeira natureza. Mas Jesus não lhe deu resposta alguma. Pilatos, já esgotado, disse-lhe, em tom severo, fazendo valer a sua autoridade para intimidá-lo: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? (Jo 19.10)
Então, Jesus respondeu: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem (Jo 19.11). Os papéis são trocados: o presidente do tribunal torna-se acusado. Por maior que fosse o poder que Pilatos havia recebido do imperador, o que era um procurador comparado a Deus, a quem um dia teria de prestar contas de sua conduta? Mas Jesus reconheceu que Caifás e o Sinédrio cometeram maior pecado do que Pilatos, porque haviam condenado à morte o Messias.
Ao ouvir essas palavras, o governador ficou ainda mais perturbado e, para acalmar sua consciência, tentou com mais empenho livrar Jesus da morte. Mas os membros do Sinédrio, percebendo que a resistência do governador estava fraquejando, argumentaram: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra César! (Jo 19.12)
Cristo havia admitido que era rei, e proclamar-se rei em um reino já estabelecido é crime de lesa-majestade, que com certeza despertaria a fúria e uma vingança atroz da parte de Tibério. Confundindo o reino espiritual de Cristo com um reino político e terreno, os líderes religiosos judaicos deram um tiro certeiro. Insinuaram que Pilatos, caso pusesse Jesus em liberdade, estaria trabalhando contra os interesses de Tibério, seu benfeitor e senhor, e correria o risco de perder seu favor.
Já a ponto de ceder covardemente às exigências dos judeus, o governador quis desfrutar da vã satisfação de caçoar deles para vingar a derrota: Eis aqui o vosso rei (Jo 19.14), disse-lhes. Dessa vez, não havia compaixão nas palavras de Pilatos, mas sarcasmo. Tira! Tira! Crucifica-o! - gritaram eles, cheios de raiva. Hei de crucificar o vosso Rei? - insistiu Pilatos, cada vez mais irônico. Os líderes de Israel não se envergonhavam de manchar-se para sempre com esta odiosa réplica: Não temos rei, senão o César (Jo 19.15)
Eles preferiam aceitar como rei o infame Tibério a reconhecer Jesus como o Messias! Renegaram toda a sua história e os gloriosos privilégios de seu povo ao declararem-se vassalos do imperador romano, a quem, no coração, detestavam. O sacrilégio dos judeus correspondeu ao de Pilatos, que, dirigindo-se a Jesus, pronunciou a ordem oficial com a qual se decretava aquele suplício: Irás à cruz.
O ÚLTIMO SUPLÍCIO
Chegamos ao trágico desenlace da Paixão e da vida terrena do Salvador. Jesus predisse que padeceria o suplício da cruz (Jo 12.32). Os textos em Salmos 22 e Isaías 53 nos dão uma clara visão dos sofrimentos do Messias, mas não mencionam claramente o tipo de morte que ele sofreria. Dão-nos apenas algumas indicações como o Salmo 22.16.A cruz era degradante, mas aos olhos da fé, foi através dela que o Crucificado ganhou milhões e milhões de discípulos fiéis. Assim, logo depois do Pentecostes, os apóstolos não se envergonhavam de haver tido um crucificado por Mestre. Antes, regozijaram-se por proclamarem o sacrifício vicário de Jesus, que garantiu redenção para a humanidade. E, em sua pregação, em vez de lançarem um véu sobre essa morte vergonhosa de Jesus na cruz (At 2.36; 1Co 1.18,23; 2.2; 1Pe 2.24). Passemos agora aos fatos da crucificação de Jesus.
O suplício da cruz, de origem oriental,trazido aos persas, assírios e caldeus pelos fenícios, gregos, cartagineses, egípcios e romanos, foi modificado de várias maneiras com o decorrer dos tempos. Era, no princípio, uma simples estaca, na qual se atava ou empalava o condenado. Não demorou muito e chegou ao extremo de uma força, na qual o réu era suspenso pelo pescoço. Depois, com a adição de um braço transversal, tomou novo aspecto.
Havia três tipos de cruzes com braços. A primeira, tinha a forma de X. A segunda se parecia com a letra T. E a terceira não era diferente da segunda, senão pela prolongação do madeiro vertical. É chamada de cruz latina, que todos conhecemos. Uma antiquíssima tradição afirma que essa era a cruz do Salvador. Com efeito, a tabuinha com a inscrição Jesus Nazareno, Rei dos Judeus sobre a cabeça do Senhor só seria possível nesse tipo de cruz.
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E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11