JOSUÉ - A CONQUISTA
O livro conta a história da conquista e da colonização da Terra Prometida sob a liderança de Josué (Yehoshua', "O Senhor é salvação"). O título da LXX foi traduzido como Iesous, que também é a grafia grega do nome Jesus (salvador). Assim, Josué é retratado como salvador, ou libertador, dos israelitas. Ele é o representante do Senhor e o instrumento humano para cumprimento das promessas divinas na vida dos filhos de Israel. Lembrando que antes Josué chamava-se Oseias. Quem mudou seu nome foi Moisés em Cades (Nm 13.16). Veja mais aqui ⇒ Curiosidades Bíblicas Gerais.
A conquista foi o cumprimento da profecia de Deus a Abraão, de que seus descendentes possuiriam a terra de Canaã após 400 anos de escravidão e opressão (Gn 15.12-15). Embora o livro de Josué introduza a seção dos livros históricos em nossa Bíblia, ele era o primeiro livro dos profetas anteriores dentro da seção dos Profetas (Nevi'im) na Bíblia hebraica. Marten Woudstra explica: "O objetivo dos profetas anteriores é apresentar uma história interpretativa (profética) dos atos de Deus para com Seu povo da aliança, Israel".
À semelhança dos outros livros históricos, Josué é uma obra anônima. E apesar disso, várias linhas de evidência apontam para Josué como autor. O Talmude babilônico (Baba Bathra 14b) designa Josué como autor. O próprio livro retrata seu envolvimento em vários projetos de escrita (Js 8.32; 18.8,9; 24.26). Os acontecimentos mencionados no texto são narrados da perspectiva de uma testemunha ocular. Além disso, o escritor, às vezes, usa os pronomes da primeira pessoa do plural "nós" (Js 5.1, sujeito oculto) e "nos" (Js 5.6) ao descrever os eventos do livro. Outras indicações de uma composição entre o século 15 a.C. e o século 13 a.C. incluem o emprego de nomes antigos de povos, divindades e cidades cananeias (Js 3.10; 13.4-6; 15.9,13,14) e o fato de que a cerimônia de renovação da aliança (cap.24) reflete as estruturas de tratados hititas de suserania e vassalagem dessa época.
Uma vez que os acontecimentos do livro são narrados da perspectiva de uma testemunha ocular, sua datação depende de como se data o êxodo e a conquista de Canaã. Embora muitos datem o êxodo de 1290 a.C., e a conquista, de 1250 a.C., parece mais adequado datar o êxodo de 1446 a.C., e a conquista, de 1406 a.C. De acordo com 1 Reis 6.1, o êxodo aconteceu 480 anos antes do início da construção do Templo, no quarto ano do reinado de Salomão, em 966 a.C. Sendo assim, o êxodo ocorreu em aproximadamente 1446 a.C. E por causa da existência de um período adicional de 40 anos entre o êxodo e a entrada em Canaã (Êx 16.35; Nm 14.34,35), o início da conquista ocorreu em 1406 a.C.
Oasis de Jericó da época do Antigo Testamento.
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Além disso, Calebe indica que tinha 40 anos de idade na época do fracasso em Cades-Barneia (Js 14.7) e 85 no final da conquista (Js 14.10). Dessa forma, 45 anos passaram-se entre o incidente de Cades-Barneia e o término da conquista. Uma vez que Israel peregrinou no deserto por cerca de 38 anos antes de entrar em Canaã (Nm 10.11; 20.1,22-29; 33.38; Dt 1.3; Js 4.19), a conquista deve ter durado cerca de sete anos. Essa constatação não surpreende à luz de Josué 11.18, que indica que ela demorou algum tempo. Levando tudo isso em consideração, a conquista, provavelmente, começou em 1406 a.C. e foi concluída por volta de 1399 a.C. Assim, a primeira metade do livro de Josué (cap. 1--14), que retrata a conquista, aconteceu de 1406 a.C. a 1399 a.C., e a última metade (cap. 15--24) ocorreu entre 1399 e 1374 a.C.
Além disso, evidências arqueológicas parecem apoiar a data anterior para a conquista. Escavações em Jericó, Ai e Hazor provocaram um debate acalorado sobre a data da destruição de diversas cidades cananeias na conquista de Canaã. Tanto Jericó como Hazor mostram claros indícios de terem sido queimadas no século 15 a.C., o que se encaixa com a data anterior para o êxodo. E referências à morte de Josué (Js 24.24) e aos anciãos que morreram depois dele (Js 24.31) indicam que essas anotações finais foram adicionadas por outro escritor inspirado, talvez Fineias (Js 24.33).
O local da escrita foi Canaã, uma vez que Israel estava ali no encerramento do livro. Josué dirige-se á segunda geração, que nasceu no deserto para participar da conquista. No fim da investida inicial, restou ainda muita terra a ser conquistada (Js 13.1). Por esse motivo, Josué escreveu à segunda geração de israelita exortando-a a dar prosseguimento à conquista da terra e a honrar a aliança de Deus , para que seus descendentes permanecessem na terra . Ao passo em que a geração mais velha não confiou totalmente em Deus no deserto (Nm 14), a geração mais nova, nascida no deserto, comprometeu-se completamente com Ele e seguiu a liderança de Josué durante a conquista da Terra Prometida.
A estrutura do livro de Josué contém três seções principais: a conquista de Canaã (cap. 1--12), a divisão de Canaã (cap. 13--22) e as condições necessárias para permanecer e prosperar em Canaã (cap.22--24). A seção da conquista (cap.1--12) pode ser dividida de acordo com as diversas operações militares empreendidas por Josué contra os cananeus. Entre elas estão a operação central (Js 5.13--9.27), a operação sul (cap. 10) e a operação norte (cap.11).
Morte de Josué e Eleazar (Js 24.29-33)
Esta seção registra não somente a morte de Josué (Js 24.29,30) e Eleazar, o sumo sacerdote (Js 24.33), mas também informações sobre o se´pultamento dos ossos de Josué em Siquém (Js 24.32). Este detalhe foi incluído para enfatizar a fidelidade de Israel ao pedido de José, de sepultar seus restos mumificados na Terra Prometida (Gn 50.29).
IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
Josué enfatiza a fidelidade de Deus tanto à aliança abraâmica como à aliança mosaica. A fidelidade dele a essas alianças é vista em Suas ações unilaterais a favor de Israel: Ele refreou o Jordão (Js 3.14--17), destruiu os muros ao redor de Jericó (Js 6.20), enviou uma tempestade de granizo sobre os inimigos de Israel (Js 10.11) e estendeu o dia para que o povo obtivesse vitória sobre eles (Js 10.13,14). A fidelidade de Deus é salientada pelo fato de Ele conceder vitória apesar da morte de Seu servo escolhido, Moisés, e de toda as adversidades devastadoras.
O livro também ensina a importância da obediência à aliança como chave para as bênçãos de Deus. O foco do leitor é direcionado a disciplinas espirituais que são essenciais à formação espiritual - oração, meditação, fé e coragem são destacadas como elementos-chave do sucesso de Josué. A teologia subjacente do livro lembra o leitor de que a disciplina espiritual é a chave para uma vida vitoriosa. Deve-se vigiar constantemente a fim de que o sucesso de hoje não se transforme na derrota de amanhã.
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Filipenses 1:9-11