Nessa segunda Páscoa - se é que era a esta celebração que o autor do quarto Evangelho se referiu ao dizer uma festa entre os judeus (Jo 5.1) -, inicia-se o terceiro período , que se estende até a terceira Páscoa, e do qual todos os quatro evangelistas nos deixaram abundantes informações.
Para descrever esse período com mais clareza, o dividimos também em várias seções, lembrando que, por algum tempo, o amor é o sentimento dominante das multidões com relação a Jesus, mas, no final, por Ele se recusar a concordar com os distorcidos perfis messiânicos e por causa da oposição ferrenha de seus inimigos (cujo número crescia a cada dia), odiosas calúnias começaram a ser espalhadas contra o Divino Mestre, e as massas começaram, pouco a pouco, a deixá-Lo.
1ª SEÇÃO: DA SEGUNDA PÁSCOA ATÉ A ESCOLHA DOS DOZE APÓSTOLOS
Esta fase começa em Jerusalém com a cura de outro paralítico no dia de Sábado. Pouco depois, achamos Jesus novamente na Galileia, onde acontecem, também no dia de Sábado, o episódio das espigas e a cura de um homem que tinha a mão mirrada. Os inimigos de Jesus usaram essas três ocasiões para difamá-Lo de novo. Mas Jesus se retirou imediatamente para as margens do lago, onde uma grande multidão se reuniu para vê-Lo, ouvi-Lo e testemunhar Seus milagres.
2ª SEÇÃO: DA ESCOLHA DOS DOZE APÓSTOLOS ATÉ A UNÇÃO DA PECADORA
Jesus, então, resolve definitivamente unir Seu ofício de Mestre ao de Messias, a fim de ensinar Seus doze apóstolos e, assim, formar com eles o "colégio apostólico", porque, quando subisse ao céu, eles teriam a missão de continuar Sua obra na terra. Depois de elegê-los solenemente, promulgou perante eles e os demais ouvintes, congregados em grande número à Sua volta, o que, com propriedade, tem-se chamado "a carta magna do Reino dos Céus", ou melhor, o Sermão do Monte. (Provavelmente o monte Tabor. Veja aqui: EVANGELHO DE MARCOS caps. 3 ao 9)
Ao voltar para Cafarnaum, Jesus curou o criado do centurião. Depois, em Naim, ressuscitou o filho da viúva. Foi nessa época que João Batista, da prisão, enviou dois dos seus discípulos a Jesus, para que lhe perguntassem se era verdadeiramente o Messias. Jesus respondeu a essa pergunta com voz eloquente dos fatos: operando os milagres preditos por Isaías (Is 61.1-10) e com uma pregação elogiosa sobre o próprio João Batista, afirmando que este era realmente aquele que Deus havia enviado a fim de preparar o caminho para o Messias.
Depois deste discurso, vieram as terríveis maldições contra as incrédulas cidades às margens do lago, bem como aquela doce convocação: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mt 11.28), dirigida a todos os que padecem. Jesus foi convidado para comer na casa de um fariseu, ocasião em que concedeu generoso perdão a uma mulher pecadora que lhe dera provas de arrependimento, ungindo os pés dEle com um precioso unguento e derramando-se em lágrimas (Mc 14.3).
3ª SEÇÃO: ENTRE A SEGUNDA E A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE JESUS NA GALILEIA
Nessa fase, vemos Jesus partir acompanhado não só de Seus discípulos, mas também de algumas mulheres piedosas que supriam as necessidades materiais dEle com seus bens.
Assim que essa viagem começou, os fariseus, que tinham tido a oportunidade de testemunhar uma cura milagrosa realizada por Jesus, atreveram-se a acusá-Lo diante das multidões dizendo que Ele operava milagres em sociedade com o príncipe dos demônios. Com serena, mas vigorosa eloquência Jesus refutou essa terrível calúnia. Em seguida, passando de acusado a acusador, pronunciou ameaçadoras palavras contra Seus inimigos e contra todos os incrédulos da nação judaica.
Depois, aconteceu a visita de Sua mãe e de Seus irmãos. Por esse tempo, os evangelistas nos mostram também o Salvador inaugurando um novo método de pregação por meio de parábolas, quando pronuncia as chamadas "parábolas do Reino dos Céus". A seguir, ocorreram vários milagres famosos, como apaziguamento da tempestade no lago de Genesaré, a libertação dos endemoninhados de Gadara, a cura da mulher que sofria de fluxo sanguíneo, a ressurreição da filha de Jairo, a cura de dois cegos e de um possesso mudo. E uma nova visita do Salvador a Nazaré não resultou em muitos frutos do que a anterior.
4ª SEÇÃO: DA TERCEIRA VIAGEM DE JESUS PELA GALILEIA ATÉ A TERCEIRA PÁSCOA DE SUA VIDA PÚBLICA
Nesta nova missão, o Salvador se associou aos apóstolos, enviando-os de dois em dois para anunciar o advento do Reino de Deus. Analisamos o texto das instruções que Jesus lhes deu a fim de prepará-los para este belo ofício, o qual ainda não haviam desempenhado. Nessa ocasião, os evangelhos sinópticos relatam, como fato ainda recente, o martírio de João Batista, a primeira multiplicação dos pães, a caminhada de Jesus sobre as revoltosas ondas do lago, os milagres que Ele realizou na planície de Genesaré e o Seu solene discurso, por meio do qual prometeu instituir um dia a Santa Ceia, o que abalou os ânimos de uma parte considerável dos ouvintes e até de alguns discípulos. Tais foram os fatos mais importantes com os quais o Senhor Jesus Cristo encerrou o terceiro período de Sua vida pública.
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Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11