Juízes 13.1 - 16.31
[Arte da foto do "leão" por Sefira Lightstone/Chabad.org]
O poderoso Sansão ( Shimshon (שמשון), em hebraico) foi um juiz que liderou e resgatou o povo de Israel da opressão filisteu. Nazireu desde o nascimento, Sansão foi dotado por Deus de uma força hercúlea, que ele usou para lutar contra os filisteus que ocupavam a Terra de Israel. Sansão liderou o povo por 20 anos até ser traído por sua esposa, Dalila , e capturado pelos filisteus. Cego e ridicularizado por seus captores, a vida de Sansão terminou quando ele derrubou os pilares que sustentavam o prédio para o qual havia sido levado, matando a si mesmo e aos milhares de filisteus que estavam lá dentro.
Depois que o sucessor de Moisés , Josué , faleceu, ele foi seguido por uma série de líderes judeus conhecidos como shoftim , “juízes”. O período dos juízes durou aproximadamente 350 anos, de 2516 a 2871 (1245 a 890 aC). Sansão foi o sétimo juiz e governou seu povo por 20 anos, de 2811 a 2831 (951 a 931 aC).
A história de Sansão está registrada no livro de Juízes, capítulos 13-16. E embora pouco esteja registrado sobre seu papel na liderança dos judeus, os versículos contam muitas histórias de sua grande força e de suas várias escaramuças com os filisteus. Note-se que os filisteus não têm qualquer ligação com os atuais palestinos.
Da tribo de Dã , Sansão nasceu, filho de seus pais, Moanoah e Zealphonis, na velhice, depois de terem ficado muitos anos sem filhos. Um dia, na pequena cidade de Zorá, um anjo apareceu para eles e declarou que Zealphonis daria à luz um filho que cresceria para salvar os judeus dos saqueadores filisteus. O anjo disse ao casal que o menino era especial e que desde o seu nascimento ele seria dedicado a Deus como um nazireu por toda a sua vida. Ele não deveria consumir nenhum vinho ou outro subproduto da uva, e nenhuma navalha deveria tocar seu cabelo.
No devido tempo, Zealphonis concebeu e deu à luz. Ela o chamou de Shimshon (Sansão), do termo shemesh u'magen, “parede e protetor”, ou da palavra shemesh, “sol”. Seu nome prefigurava o homem que ele se tornaria: um sol poderoso que protegeria seu povo.
Os sábios do Talmud ensinam que Sansão não era simplesmente um homem de força bruta. Ele era um nazireu , um homem cuja vida inteira foi dedicada a D'us. Sua força era sobrenatural e dependia de seu compromisso final com Deus. Tudo o que ele fez foi comandado por Deus, incluindo seu casamento com convertidos filisteus. O Talmud descreve como a Presença Divina tocava diante dele como um sino, acompanhando-o aonde quer que fosse. Ele era incrivelmente modesto e, nos 20 anos de seu governo, nunca se aproveitou de sua posição pedindo a alguém que fizesse algo por ele.
Alguns dizem que Sansão era de fato manco de ambas as pernas e tinha dificuldade para andar. No entanto, quando necessário, o espírito de Deus repousaria sobre ele, e naquele momento ele seria curado, fortalecido sobrenaturalmente para lutar contra os filisteus. (Sotá, ibid.)
Os filisteus eram uma nação de saqueadores que viviam no oeste da Terra Santa. Eles estavam constantemente assediando e saqueando os judeus. *Durante 40 anos (Jz 13.1), os judeus sofreram terrivelmente sob a mão pesada dos filisteus até que, finalmente, Sansão tomou posição.
Sansão era modesto demais para assumir a liderança de um exército judeu. Ele também não queria provocar os filisteus a aterrorizar ainda mais seus irmãos judeus. Ele decidiu que ele próprio os vingaria, envolvendo-se em conflitos pessoais, intimidando-os e impedindo-os de assediar os judeus. Ele começou a procurar maneiras de entrar em contato próximo com os filisteus.
O herói na luta contra o inimigo do Oeste foi escolhido para a tarefa desde o momento da sua concepção. Para Sansão, o voto de nazireu (veja Nm 6) era vitalício. Ele, porém, tratou esse voto com negligência que quase poderia ser caracterizada como desprezo, algo que, mas adiante, possibilitou a Dalila cortar-lhe a longa cabeleira que era o sinal de sua dedicação a Deus. A fraqueza moral privou esse valente da estatura espiritual e da força física, já que sua força lhe havia sido dada por Deus para um propósito específico.
Ao contrário das campanhas dos outros juízes, a luta de Sansão foi batalha de um homem só. Até seu próprio povo ficou contra ele. Mas os filisteus avançavam sobre o território de Israel (eles continuaram a ser uma grande ameaça a Israel até o tempo de Davi, quando foram dominados). Nesse tempo, muitos membros da tribo de Dã já haviam se mudado para o Norte(Jz 18), sendo que Sansão era um dos poucos que haviam permanecido no território que a tribo recebera originalmente. O avanço dos filisteus se dava por infiltração ao invés de guerra declarada. Ao casar-se com uma filistéia, Sansão parece entrar no jogo dos inimigos. Mas suas façanhas subsequentes trazem o perigo à tona e a inimizade ao ponto de confrontação.
Dos vizinhos de Israel, os filisteus eram os únicos que não praticavam a circuncisão (geralmente feita na puberdade).
O comentário do editor atribui a responsabilidade a Deus, já que Deus é soberano. Mas isto não justifica o fato de Sansão desobedecer a lei de Deus e casar-se com uma pagã (Êx 34.16) ou desrespeitar seus pais (Êx 20.12). Deus não lhe tirou liberdade de escolha.
Legado: Sansão foi o cumprimento da bênção de Jacó a seu filho Dã, ancestral de Sansão: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será uma serpente junto ao caminho, uma víbora no caminho. Ele morde os calcanhares do cavalo para que o cavaleiro seja jogado para trás”. Ele era um guerreiro, seu método de ataque semelhante ao de uma cobra que morde o calcanhar. Ele viveu entre os filisteus e os atacou pelas costas, aleijando-os. No entanto, ao mesmo tempo, como ensinam os sábios de Israel, Sansão foi um grande juiz que liderou e julgou o seu povo como o próprio Deus faria, com perfeita justiça.
Momentos marcantes
O casamento de Sansão: Esse casamento foi formalmente arranjado pelos pais de Sansão. No entanto, ao invés da noiva mudar-se para a casa de Sansão, como normalmente se fazia, ela ficou com sua própria família e seu marido ia visitá-la, levando-lhe presentes. Devido ao engano por causa do enigma, o casamento não foi consumado ao final da festa de sete dias. Numa tentativa de diminuir a vergonha da noiva, foi arranjado às pressas um segundo casamento com o companheiro de honra ou padrinho de casamento de Sansão.
E aconteceu, depois de alguns dias, que, na sega do trigo, Sansão visitou a sua mulher, com um cabrito, e disse: Entrarei na câmara de minha mulher. Porém o pai dela não o deixou entrar.
E disse-lhe seu pai: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de sorte que a dei ao teu companheiro; porém não é sua irmã mais nova, mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar.
Então Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal. Juízes 15:1-3
Trezentas raposas: E foi Sansão, e pegou trezentas raposas; e, tomando tochas, as virou cauda a cauda, e lhes pôs uma tocha no meio de cada duas caudas.
E chegou fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e assim abrasou os molhos com a sega do trigo, e as vinhas e os olivais.
Então perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansão, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro. Então subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai. Juízes 15:4-6
É mais provável que se tratasse de chacais, que caçam em bandos e seriam mais fáceis de capturar em grande número, e não tanto de raposas, que vivem isoladas uma das outras.
Dalila: E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila.
Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
Disse-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda não estivessem secos, então me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
Então os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas de vimes frescos, que ainda não estavam secos; e amarraram-no com elas.
E o espia estava com ela na câmara interior. Então ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então quebrou as vergas de vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim não se soube em que consistia a sua força.
Então disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; ora declara-me agora com que poderias ser amarrado.
E ele disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda não houvessem sido usadas, então me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E o espia estava na recâmara interior. Então as quebrou de seus braços como a um fio.
E disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse: Se teceres sete tranças dos cabelos da minha cabeça com os liços da teia.
E ela as fixou com uma estaca, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão: Então ele despertou do seu sono, e arrancou a estaca das tranças tecidas, juntamente com o liço da teia.
Então ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua força.
E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte.
E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro.
Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força. Juízes 16:4-19
Dalila teceu num tear as tranças do cabelo de Sansão, na esperança de tirar-lhe a força.
Os teares eram verticais, mas podiam ser, também, horizontais.
Dalila, a exemplo dos outros amores de Sansão, provavelmente era uma mulher filistéia. Justa ou injustamente, assim como "Sansão" representa "homem forte", "Dalila" veio a ser o nome dado à femme fatale ou mulher irresistível. Tanto ele quanto ela eram igualmente inescrupulosos na sua maneira de usar as outras pessoas.
Os filisteus vazaram os olhos de Sansão e o forçaram a fazer o trabalho de um animal. Ele era obrigado a virar um moinho na prisão, em Gaza.
A morte de Sansão: E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coração, disseram: Chamai a Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansão do cárcere, que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
Então disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Guia-me para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas.
Ora estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o telhado havia uns três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar.
Então Sansão clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos.
Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua esquerda na outra.
E disse Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua vida.
Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele julgou a Israel vinte anos. Juízes 16:25-31
Sumário teológico:
Sansão foi o primeiro de três famosos nazireus da Bíblia.
A. Sansão (Jz 13.4,5).
B. Samuel (1Sm 1.11-28).
C. João Batista (Lc 1.13-17).
Sua fé é referida em Hebreus 11.32.
Dados
Pai: Manoá
Mãe: Zealphonis (o nome dela não relatado nas traduções)
Esposa: Nome não informado (Jz 14.10-18).
Citado pela primeira vez na Bíblia: Juízes 13.24.
Citado pela última vez: Hebreus 11.32.
Significado do nome: "Pequeno sol".
Mencionado: 36 vezes.
Livros da Bíblia que citam Sansão: dois livros (Juízes e Hebreus)
Cargo: Juiz (Jz 15.20).
Lugar onde faleceu: na arena de Gaza (Jz 16.21-30).
Como foi morto: ele foi esmagado em um desmoronamento (Jz 16.30)
Detalhe importante sobre a vida de Sansão:
ele foi o homem mais forte da história (Jz 14.6,19; 15.14).
Tempo de governo(*):
A tradição judaica regista que Sansão governou durante 40 anos, embora na realidade tenha sido apenas 20. A razão, explica o Talmud, é porque a sua influência, tanto sobre o seu próprio povo como sobre os filisteus, foi tão poderosa que foi sentida durante mais 20 anos após sua morte. Seus ensinamentos continuaram a inspirar e guiar os judeus muito depois de sua morte, tanto que se considera que ele realmente governou naqueles anos. Além disso, o medo que ele implantou nos filisteus era tão poderoso, a sua intimidação tão intensa, que durante 20 anos após a sua morte eles tiveram medo de prejudicar os judeus e os deixaram em paz.
Jerusalém Talmud Sotah 1:8. Tosafot ao Shabat 55:b escreve que em nossas Escrituras só diz vinte. Bamidbar Rabbah 14:9 ensina que, uma vez que o versículo registra que Sansão governou duas vezes por vinte anos, totalizando quarenta, isso nos ensina que ele governou vinte anos durante sua vida e vinte anos após sua morte.
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Filipenses 1:9-11