COSTUMES BÍBLICOS: Pilatos - Um "prefeito" atrapalhado


Pilatos - Um "prefeito" atrapalhado

Encaminha-se de casa de Caifás
toda a multidão, juízes e servos,
arrastando a Jesus para o pretório
de Pôncio Pilatos,
 governador romano.
Pilatos - Um prefeito atrapalhado
Não se tem muitas informações sobre a vida de Pôncio Pilatos, mas o que aparece em fontes extra-bíblicas é suficiente para confirmar a precisão do registro bíblico.
Uma laje descoberta em 1961 num teatro de Cesaréia refere-se a Pilatos como "prefeito" da Judéia. O historiador romano Tácito o descreve como "procurador", mas este título provavelmente só passou a ser usado após 41 d.C. A Bíblia o descreve com exatidão como "governador". Filo e Josefo, dois autores judeus, relatam vários incidentes ocorridos durante seu conturbado governo que confirmam a descrição bíblica, segundo a qual Pilatos revelava um misto de autoritarismo e fraqueza.
Pilatos era um romano de classe média, com experiência militar e administrativa. Foi nomeado em 26 d.C., tendo amplos poderes, principalmente em questões militares e financeiras. Por exemplo, ele escolhia o sumo sacerdote e controlava as finanças do Templo. Ao contrário da maioria dos outros governadores, Pilatos colocou em circulação moedas locais com símbolos pagãos, algumas das quais chegaram aos nossos dias.
Filo descreveu Pilatos como um homem grosseiro, mau e cruel. Segundo o que Josefo relata em uma de suas obras históricas, Pilatos hostilizou os judeus quase que desde o momento em que foi nomeado. Permitiu que as tropas romanas levassem os estandartes de seu regimento para dentro de Jerusalém. Estes continham representações do Imperador, e os judeus ficaram furiosos, porque achavam que a cidade santa fora profanada por esses símbolos idólatras. Pilatos cedeu e ordenou que os estandartes fossem removidos.



Em outra ocasião, segundo Filo, os judeus se opuseram violentamente a alguns escudos dourados que Pilatos dedicou na sua residência em Jerusalém. Desta vez, Pilatos a princípio se recusou a retirá-los, mas a ameaça de um apelo ao Imperador Tibério o induziu a ordenar a sua remoção para a sede governamental em Cesaréia.
Josefo registrou um incidente que resultou do plano de Pilatos de usar dinheiro do tesouro do Templo para financiar a construção de um aqueduto para trazer água de uma fonte a 40 Km de distância para dentro de Jerusalém. Protestos em massa foram reprimidos com violência e muitos judeus morreram. Este pode ser o incidente mencionado em Lc 13.1. (Veja também "Os judeus sob o governo romano: a província da Judéia".)
Laje descoberta em 1961
num teatro de Cesaréia refere-se
a Pilatos como "prefeito" da Judéia.
Os quatro Evangelhos registram que Jesus foi julgado por Pilatos (Mt 27.1-26; Mc 15.1-15; Lc 23.1-25; Jo 18.28 - 19.16). Marcos registrou a história em traços gerais. Lucas acrescentou o envio de Jesus a Herodes (23.6-12) e a tripla afirmação de Pilatos de que Jesus era inocente (23.4,14,22). Mateus relatou o sonho e a mensagem da mulher de Pilatos (27.19), sua tentativa de isentar-se de qualquer responsabilidade pela morte de Jesus (27.24-26), e sua ordem de colocar guardas no sepulcro (27.62-66). João, que estava presente no julgamento, acrescenta ainda mais detalhes.
O último erro de Pilatos foi prender alguns samaritanos que se haviam reunido no monte Gerezim por causa de um rumor de que objetos sagrados do tabernáculo estavam escondidos ali. Alguns dos líderes foram executados. Em resposta a um protesto dos samaritanos, Vitélio, governador da Síria e superior de Pilatos, ordenou que o atrapalhado prefeito prestasse contas de seus atos ao Imperador. Mas o Imperador Tibério morreu antes que Pilatos chegasse a Roma, e não sabemos o resultado do incidente. Eusébio, o historiador cristão do séc. 4, registrou um relato de que Pilatos cometera suicídio.
Há várias tradições incertas com relação ao corpo de Pilatos. Vários documentos intitulados Atos de Pilatos, bem como supostos registros do governo de Pilatos, surgiram durante os primeiros séculos do cristianismo. São falsos e pretendiam desacreditar o cristianismo. A igreja etíope considera Pôncio Pilatos um de seus santos!

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Filipenses 1:9-11

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