A maior preocupação de Paulo em sua Carta aos Colossenses era incentivar a comunidade cristã de Colossos a adorar a Cristo e fazer com que essa adoração se refletisse em seu cotidiano. Entretanto, no cap. 2, Paulo se voltou a problemas específicos:os cristãos colossenses não deviam se deixar afastar da correta adoração de Cristo pelos falsos ensinos que haviam encontrado.
Um retorno aos costumes judaicos
Esse falso ensino aparentemente era influenciado por certo tipo de misticismo judaico. Os falsos mestres estavam incentivando os cristãos colossenses a retornar a costumes especificamente judaicos:
»a prática da circuncisão (2.11);
»a observância das regras judaicas sobre comida e bebida;
»e o cumprimento das leis sobre a adoração regular, não só nas grandes festas, mas também no sábado (2.16).
Esse ensinamento teria afetado não somente o que os cristãos colossenses criam, mas também a maneira como agiam no seu dia-a-dia: o que comiam e bebiam, e como adoravam semanalmente.
Na epístola como um todo, Paulo tenta mostrar aos colossenses que a adoração adequada de Cristo afeta toda a vida deles e, por conseguinte, elimina a necessidade de tais práticas.
Práticas místicas
Ainda mais preocupante para Paulo era o tipo de adoração que esses falsos mestres praticavam (2.18). A mística judaica antiga acreditava que era possível ao ser humano ascender da terra ao céu e, uma vez lá, ver o trono de Deus e os anjos no céu. Parece que os falsos mestres de Colossos também acreditavam nisso. Infelizmente, a linguagem de Cl 2.18 não é clara. Pode significar que os cristãos colossenses estavam sendo censurados por seus oponentes porque não praticavam essa "ascensão" ao céu, ou essa censura se devia ao fato de os cristãos não adorarem os anjos que os místicos viam durante tal "ascensão".
De qualquer forma, o problema para Paulo, e consequentemente para os colossenses, era que as crenças desses místicos haviam feito deles pessoas arrogantes, gente que não mais adorava a Cristo como cabeça da Igreja (2.19).
Conhecimento secreto
Outra crença desses místicos era que eles tinham revelações especiais de Deus sobre mistérios inacessíveis a outras pessoas. Afirmava que tinham um conhecimento especial que não estava disponível a todos. Essa crença às vezes é chamada de gnosticismo.
Em vários pontos da epístola (particularmente 1.26-27 e 2.2), Paulo faz questão de se opor a essas crenças. Os mistérios de Deus são revelados a todos em Cristo. Os cristãos colossenses não deviam se sentir inferiores por causa de gente que ensinava uma doutrina diferente.
Doutrina falsa
A doutrina falsa e as idéias errôneas que Paulo contesta nessa epístola parecem ser um tipo de judaísmo cujos defensores não só tentavam forçar a igreja colossense a volta a determinadas práticas judaicas, como a circuncisão, mas também acreditavam que recebiam uma revelação especial exclusiva no momento em que "ascendiam" ao âmbito celestial. Nesta epístola, Paulo procura trazer a igreja colossense de volta à verdadeira adoração de Cristo, a imagem do Deus invisível, cabeça da igreja.
Linguagem emprestada
Paulo deliberadamente usa os termos "gnósticos" de seus leitores, como, por exemplo, "mistérios", "sabedoria" e "conhecimento". Palavras como essas eram usados com frequência que esses místicos supostamente recebiam a Deus.
Nesta carta, porém, Paulo coloca essas palavras a serviço de seus propósitos cristãos: os mistérios de Deus são revelados a todos em Cristo. Ao usar a linguagem daqueles que tentava persuadir, Paulo mostra claramente que tudo que esperavam já fora revelados através de Cristo Jesus.
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Filipenses 1:9-11