COSTUMES BÍBLICOS: Os judeus sob o governo romano:Província da Judéia


Os judeus sob o governo romano:Província da Judéia

Busto do Imperador romano Augusto,
encontrado em Pérgamo.
Foi Augusto quem ordenou
o censo na época no nascimento de Jesus.
Os judeus sob o governo romano: a província da Judéia
O mundo no NT é o mundo do Império romano. O povo judeu, que conquistara um breve período de autonomia na época dos macabeus (de 166 a 63 a.C.), logo foi subjugado novamente, desta vez pelos romanos.
Após as conquistas do general romano Pompeu (que saqueou Jerusalém), Roma formou a província da Síria em 58 a.C., com controle sobre toda região. Mas a Judéia ficou na extremidade do mundo romano.
Roma endossou a nomeação de Herodes, primeiro como governador (47 a.C.), depois como rei da Judéia (40 a.C., embora tenha levado três anos para consolidar seu domínio). Herodes, por sua vez, apoiou Otaviano (mais tarde o imperador Augusto) na batalha de Actium, em 31 a.C., e foi recompensado com outras cidades para ampliar o seu reino.
Com a morte de Herodes em 4 a.C., Roma foi forçada a enviar legiões à Judéia a partir da província da Síria, em parte para assegurar a porção do tesouro real em Jerusalém deixada para Augusto.



Em 6 a.C., Arquelau, o herdeiro de Herodes, foi exilado para a Gália e grande parte do antigo reino de Herodes se tornou parte da nova província da Judéia, controlada por um oficial romano da ordem equestre sediado na cidade portuária de Cesaréia.

Os "prefeitos" romanos

Busto do Imperador Tibério,
que nomeou Pôncio Pilatos
governador da Judéia
Os primeiros destes "prefeitos" - posto inferior aos governadores da maioria das outras províncias, mas igual aos do Egito - nomeados por Augusto para governar a Judéia foi Copônio. O prefeito podia nomear os sumos sacerdotes judeus. Isto significava que famílias judaicas importantes da província estavam dispostas a cooperar com ele.
O prefeito tinha algumas tropas sob seu comando. Em tempos de instabilidade, ele precisava pedir ajuda à província vizinha da Síria.
Pôncio Pilatos, que condenou Jesus à morte, foi o quinto prefeito da Judéia. Nomeado pelo Imperador Tibério em 26 d.C., ele praticou vários atos que ofenderam os judeus, inclusive a introdução de imagens do Imperador na cidade de Jerusalém durante a noite. Ele causou um tumulto ao apropriar-se de um dos tesouros sagrados para financiar um aqueduto para a cidade. Grandes quantidades de água corrente eram necessárias para os banhos rituais, mas é possível que também houvesse uma tentativa de introduzir a cultura romana na forma de banhos públicos.
A tensão entre a autoridade romana e os judeus se reflete nos relatos dos Evangelhos, quando Pilatos faz a proposta de soltar Jesus por ocasião da festa da Páscoa. Pilatos acabaria perdendo o cargo em 36 d.C., após um incidente na Samaria.
Em 39/40, o Imperador Gaio (Calígula) tentou colocar uma estátua sua no templo de Jerusalém, e a província entrou num período de tamanha instabilidade que a intervenção militar da Síria foi necessária para restaurar a ordem.

O rei Herodes Agripa

Quando Cláudio se tornou imperador em 41 d.C., a Judéia passou a ser um reino governado por Agripa l, neto de Herodes, o Grande. Agripa fora criado em Roma e havia apoiado Cláudio quando Gaio foi assassinado. Este é o Herodes mencionado em Atos dos Apóstolos. O reinado de Agripa foi breve. Ele morreu em Cesaréia, em 44 d.C(At 12.23).
Os "procuradores" romanos
Nesta altura, o reino voltou a ser uma província romana, desta vez governada por oficiais da ordem equestre com o status de "procuradores". Foi retomado, também, o direito de controlar as atividades do sumo sacerdote dos judeus.
É interessante notar que o segundo procurador, Tibério Júlio Alexandre, era membro de uma família judaica de Alexandria, no Egito. O historiador Josefo registra que ele "se absteve de qualquer interferência nos costumes dos pais e manteve a nação em paz".
Um dos nomeados do Imperador Cláudio foi o liberto imperial (isto é, um antigo escravo da casa imperial) Felix. Isto se deu em 52 d.C. Félix foi responsável pelo encarceramento de Paulo em Cesaréia (At 23.23-24). Félix se tornou parte da família real herodiana por casamento. Sua esposa Drusila era filha de Agripa l. Ele mesmo era irmão do liberto imperial Antônio Palas.
Durante o governo de Félix aumentou muito o número de assassinatos políticos promovidos pelos sicarii ("assassinos com punhal"). Uma de suas vítimas mais importantes foi Jônatas, o sumo sacerdote, que fazia parte de uma delegação enviada a Roma.
Em 54 d.C., Félix teve de lidar com uma rebelião liderada por um profeta egípcio que planejava atacar Jerusalém. Paulo foi confundido com este indivíduo quando foi preso em Jerusalém (At 21.38).
Félix foi destruído pelo Imperador, provavelmente por volta de 60 d.C., por causa de tensões entre judeus e gentios na província. É possível que tenha sido por causa dessa situação delicada que Pórcio Festo, o substituto de Félix, decidiu deixar Paulo na prisão.

A revolta judaica

Em 66 d.C., eclodiu a grande revolta judaica contra Roma. Disso resultou a destruição de Jerusalém, num ataque comandado por Tito (o futuro imperador), em 70 d.C. Em seguida, a província foi reorganizada pelo imperador Vespasiano e recebeu um destacamento permanente da 10ª Legião.

A inscrição de Pôncio Pilatos em Cesaréia

Pôncio Pilatos,(leia mais sobre Pilatos, AQUI)o governador da Judéia, é conhecido através dos quatro registros dos Evangelhos, assim como pelas obras dos escritores judeus Filo e Josefo. Um dos registros da sua época na Judéia é uma inscrição em pedra encontrada reutilizada no teatro de Cesaréia. Esta inscrição registra o estabelecimento de um templo dedicado ao "divino imperador" Tibério. A inscrição latina identifica Pilatos corretamente como praefectus: "Pôncio Pilatos Prefeito da Judéia dedicou ao povo de Cesaréia um templo em honra a Tibério".

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