O apóstolo Paulo foi o primeiro e, possivelmente, o maior teólogo e missionário cristão.
• Ele foi o primeiro a, de forma plena, explicar a morte e ressurreição de Cristo como o centro e ponto alto do plano divino de salvação.
• Foi ele o primeiro a se dar conta da nova natureza do povo de Deus, agora composto por judeus e gentios unidos num só "corpo".
• Foi ele o primeiro a ver como esse novo que Deus tinha operado em Cristo combinava com o relacionamento especial que ele tinha com o seu "antigo" povo, Israel.
• Foi ele o primeiro a divulgar o evangelho com eficácia no mundo gentio, falando às pessoas simplesmente a respeito de Jesus o Salvador, sem exigir que também ingressassem no judaísmo (através da circuncisão).
Que homem! Que "novo" homem!
Grandes dificuldades
Ele foi criticado, odiado e fisicamente maltratado por judeus e gentios. Suas viagens missionárias lhe trouxeram grandes dificuldades, que ele descreve com detalhes em 2Co 11.
Às vezes ele sentia muito medo. No entanto, continuava firme, sustentado pelas revelações de Deus, pelo amor e apoio de seus convertidos, por uma profunda convicção de que Deus o havia chamado, pelo amor de Cristo que o impelia - e por uma profunda experiência do poder de Deus agindo através dele.
Ao fazer o apelo divino ao arrependimento e à reconciliação com Deus através de Cristo, acreditava que estava dando continuidade ao ministério de Jesus.
Como apóstolo, ele até achava que seu exemplo diário de alegria no sofrimento, e de força na fraqueza, era uma demonstração pública da verdade do evangelho, e da realidade do poder da ressurreição de Jesus.
A cidade de Antioquia na Síria era a base da qual Paulo saía em suas viagens missionárias. Antioquia é uma cidade importante ainda hoje, e a antiga igreja bizantina(foto ao lado) é sinal de que o cristianismo tem uma longa história naquele local.
Ele sentia como que tendo uma dívida a saldar, pregando e vivendo as boas novas perante todas as pessoas.
Assim, não era possível ser neutro com relação a Paulo. Ou as pessoas o odiavam, porque ele mexia na zona de conforto das certezas que elas tinham, ou as pessoas o amavam, porque a mensagem que ele trazia era vida para elas também.
Ele entendia que a sua vida era uma corrida na qual ele se empenhava ao máximo por Cristo e pelos outros, uma batalha travada com armas espirituais contra os poderes do mal, e até mesmo um sacrifício oferecido a Cristo, semelhante aos sacrifícios de animais do AT.
Amor ardente
Ele amava seus convertidos com amor ardente. Em suas epístolas, ele se descreve como pai, mãe, ama (1Ts 2.7), servo e irmão deles. Apresentava-se como exemplo que eles deveriam seguir, e vivia cada momento na certeza de que um dia estaria diante de Cristo para prestar contas de seu ministério.
O que o motivava a fazer tudo isso?
A juventude de Paulo
Tudo indica que ele nasceu por volta de 5 d.C., em Tarso, na Cilícia (costa Sul da atual Turquia), onde seu pai era um cidadão de destaque e também um judeu muito rigoroso.
Paulo herdou a cidadania romana de seu pai, um privilégio raro para alguém nascido fora de Roma.
Ainda jovem, Paulo foi estudar em Jerusalém, onde tinha parentes.
Ele cresceu como alguém "extremamente zeloso das tradições de seus pais", como ele mesmo diz (Gl 1.14), um dedicado fariseu, alguém que se opunha violentamente à idéia de que um criminoso maldito podia ser o Messias. Em seu zelo pela lei judaica, ele iniciou uma campanha violenta contra aqueles que acreditavam naquilo que ele considerava uma blasfêmia.
A guinada
Foi então que veio a experiência de conversão, descrita três vezes em Atos (9.3-19; 22.3-21; 26.9-18), quando ele descobriu que seu zelo pela lei o levara a perseguir o Messias - e que, apesar disso, Deus o havia aceito, perdoado, e chamado para ser profeta e apóstolo em nome de Jesus.
Sua conversão também foi seu chamado.
Mas ele sabia que não podia simplesmente acrescentar a crença em Jesus como Messias a suas crenças judaicas anteriores. Precisava reformular toda a sua teologia, estudando as Escrituras à luz dessa descoberta maravilhosa de um Messias que morreu e ressuscitou, e do seu chamado para pregá-lo aos gentios.
Como podia ele fazer a junção de todas essas coisas? Ele não podia simplesmente rejeitar a lei de Deus, mas com certeza Deus havia feito, agora, algo maravilhosamente novo - embora já houvesse sido prometido pelos profetas.
É provável que ele tenha passado os primeiros anos após a sua conversão em oração e reflexão profundas na província romana da Arábia.
Paulo passou dois anos preso em Cesaréia. Ao final desse período, partiu do porto dessa cidade,(foto ao lado) para apresentar seu caso ao Imperador, em Roma.
O pregador itinerante
Barnabé foi buscá-lo em Tarso, para ajudar no ministério em Antioquia, onde, pela primeira vez, cristãos de origem judaica abandonaram as leis alimentares que os separavam dos gentios, e formaram uma única comunidade com os cristãos de origem gentílica. Paulo sabia que não havia nada de errado com isso, e a igreja de Antioquia se tornou o seu lar, e a base para as três viagens missionárias que se seguiram.
É provável que a primeira viagem tenha começado em 47 d.C. Durante os 15 anos seguintes, Paulo viajou por toda região leste do Mediterrâneo com vários companheiros, pregando o evangelho, primeiro nas sinagogas, e depois também entre os gentios.
Ele ficou mais tempo em Corinto (mais de 18 meses) e em Éfeso (mais de dois anos), porque estes eram grandes pólos comerciais e a partir dali o evangelho se espalharia facilmente. Após 10 anos de trabalho árduo, seu motivo de orgulho era que "desde Jerusalém e circunvizinhanças até o Ilírico (a Bósnia de nossos dias), tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Rm 15.19).
Seu desejo era chegar a Roma, mas antes disso teve de suportar dois anos de prisão sem ter sido julgado, em Cesaréia. Por fim, exerceu seu direito de cidadão romano e apelou ao tribunal do Imperador, em Roma. E foi assim que ele chegou a Roma como prisioneiro.
Depois de esperar pelo seu julgamento por dois anos, é possível que tenha sido solto da prisão, para mais um período de viagens e ministério antes de sua prisão final e execução, possivelmente pelo imperador Nero, em Roma, em 65 d.C.
Treze das epístolas de Paulo estão incluídas no NT. Todas datam do período de suas viagens e prisões, provavelmente começando com Gálatas (cerca de 49 d.C.) e terminando com 2Timóteo (cerca de 65 d.C.). Suas epístolas são uma das pedras fundamentais da Igreja de Jesus Cristo. Mas ele não chamou a atenção para si mesmo. Ao contrário, como ele mesmo escreveu, "não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus" (2Co 4.5).
Através de seus escritos, Paulo é nosso servo ainda hoje.
TEXTOS PRINCIPAIS QUE TRATAM DA VIDA E OBRA DE PAULO
At 9.1-30; 11.19-26; At 13--28; 1Ts 1.1--2.12; Gl 1.11--2.16; 2Co 2.14--6.13; Rm 1.1-17; 15.14-24.
"Romanos 13... é tudo menos uma autorização para estado totalitário... César e seus asseclas na verdade estão a serviço do Deus único de Israel, e a ele devem prestar contas. Isso não legitima seu estilo, suas leis e seu modo de governar, mas apenas os coloca no mapa cósmico, no qual o Deus Criador deseja paz e justiça, não anarquia. Ao mesmo tempo, Paulo incentiva os cristãos romanos a não repetirem os erros cometidos no final dos anos 40, quando, em consequência de tumultos, os judeus (inclusive cristãos de origem judaica) foram expulsos de Roma". Tom Wright
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E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11