COSTUMES BÍBLICOS: JESUS e os Doutores da Lei


JESUS e os Doutores da Lei

JESUS e os Doutores da Lei
Que importância tinham os doutores da lei para que o povo logo propusesse uma comparação entre Jesus e eles? Eles eram os professores de teologia e os filósofos da época. Como a maioria deles, no tempo de Jesus, pertencia ao partido dos fariseus, podemos chamá-los também de representantes políticos do farisaísmo.
Eram igualmente os mestres dos jovens que mais tarde deveriam sucedê-los no cargo. O seu modo de ensinar dependia das circunstâncias em que todas as questões eram transmitidas oralmente, de geração em geração.
Em toda parte em que não há livros escolares, aprender equivale a decorar, e não pode deixar de ser. Essa circunstância influencia tanto os professores como os discípulos. O professor, em suas preleções, tem de cuidar em resumir o conteúdo essencial em frases e exemplos breves e fáceis de serem guardados na memória. A exemplificação da lei em uso entre os doutores e as parábolas preferidas por Jesus têm sua grande importância como resumo. Mas também os discípulos sabem que devem imprimir na memória todo o teor da aula, por meio dessas máximas e exemplos.
A memória de pessoas que crescem sem livros é, muitas vezes, de incrível firmeza e fidelidade. Os rapazes judeus que se preparavam para o cargo de rabino sabiam de cor  grande parte dos livros sagrados e sua explicação. E isto acontece ainda hoje.
Para este método, os termos técnicos são os mais significativos. A palavra aprender é sinônima da palavra repetir, dizer sempre de novo. Em perguntas e respostas, tudo era recapitulado continuamente. O discípulo era constrangido a apropriar-se da expressão do mestre. O ideal, portanto, era um jovem que fosse como "uma cisterna rebocada de cal que não perde nenhuma gota".
Jesus também seguiu este mesmo método oral. Por consequência, deve ter repetido muita coisa várias vezes. É algo de si mesmo evidente que não devemos deixar de prestar atenção, sabendo desse detalhe pelas "repetições" de Jesus nos relatos dos evangelhos.
Todo e qualquer aprendizado partia da lei e convergia para a lei. A Torá, a lei, já era o livro do menino. Com o terceiro livro de Moisés, que contém a enumeração e a descrição dos sacrifícios, (Veja Levítico - Caminho da Santidade) começavam as aulas de leitura. Eis por que a escola se chamava casa do livro da lei.
No início, eram usados apenas alguns trechos que serviam de exercícios para os aprendizes. O mesmo método de ensino foi conservado também pelos discípulos dos doutores da lei que se preparavam para o magistério ou "doutorado".
Havia muita coisa para se aprender e praticar. Os doutores possuíam a arte de desenvolver suas ideias na forma prescrita. Particular papel representava a comparação de um tema mais fácil com outro mais difícil, e vice-versa. Jesus também não se esquivava de fazer esse tipo de comparação.
Por exemplo, disse Ele: se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançado no forno, não vos vestirá muito mais a vós? (Mt 6.30) Outro exemplo de comparação: se ao madeiro verde fazem isso, que se fará ao seco? (Lc 23.31)
De especial importância são também as formas como eram citadas as passagens da Escritura que, naturalmente, todos os alunos deveriam saber de cor. Às vezes, certa ideia se encaixava melhor com determinado texto; outras vezes, uma ideia diferente caía melhor. Verdadeira sensação de vitória se apossava dos discípulos, caso eles pudessem acompanhar frase por frase de um belo e apropriado texto ou um dito de maior monta citando uma cadeia de textos sagrados.
Que os discípulos formulavam perguntas à parte do ensino, já temos visto anteriormente. PODIA-SE PERCEBER, DE FORMA NOTÁVEL, A DIFERENTE RELAÇÃO ENTRE O PROFESSOR E OS DISCÍPULO daquela época com a que existe hoje entre os dois. A transmissão do saber era considerada apenas uma parte do ensino.
De igual importância era a convivência do discípulo com o mestre. O discípulo tinha de adaptar-se, em todo o seu proceder, às normas de vida do mestre. Eis por que os discípulos acompanhavam seus mestres nas viagens que estes empreendiam. Para marcar a diferença de posição, muitas vezes o mestre cavalgava, ao passo que os discípulos caminhavam atrás dele a pé. Este é um quadro que espontaneamente nos faz lembrar uma cena do evangelho, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Contudo, sabemos que o Mestre, à diferença dos rabinos, caminhava sempre a pé com os discípulos. Caso contrário, a ordem dele para que seus discípulos fossem buscar um jumentinho antes de sua solene entrada em Jerusalém não os teria enchido de tão alegre surpresa. (Veja A segunda vinda de Cristo)

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Filipenses 1:9-11

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