Is 7--8: "Emanuel": juízo e promessa A data era mais ou menos 735 a.C. O rei era Acaz, neto de Uzias. Acaz fez o que não agrada a deus (2Rs 16) e como consequência disto seu reino foi atacado de todos os lados. Quando ele se recusou a entrar na aliança que Israel (o reino do Norte) e a Síria haviam feito para se defenderem dos assírios, Judá foi atacada pelos sírios e israelitas. Neste momento Isaías se dirigiu a Acaz com uma mensagem da parte de Deus (3-9).
Isaías ofereceu ao rei Acaz um sinal de que Deus cumpriria sua promessa de salvar Judá e sua linhagem de reis. Acaz, pretextando (falsa) piedade, recusou a oferta. Então Isaías prometeu outro sinal, um menino chamado "Deus conosco". No futuro imediato "Deus conosco" significava juízo (7.15-25; 8.5-8; compare 8.1-4), embora a longo prazo significasse bênção (8.9-10). Isto porque o rei estava determinado a pedir a ajuda da Assíria. E depois de punir os rebeldes (Israel e Síria), a Assíria se lançaria sobre Judá e a própria Jerusalém seria sitiada (veja caps. 36--37).
Casa de Davi (7.2) O palácio real.
Síria e Efraim (7.2,5-9) A Síria (nesta época chamada de Arã) tinha como capital a cidade de Damasco. Como previsto, esse reino foi esmagado pela Assíria em 732 a.C. "Efraim" era o reino de Israel, o reino do Norte, que também foi tomado pelos assírios (734-722 a.C.).
Sear-Jasube (7.3, NTLH) O nome significa "um remanescente voltará", ou "Um-Resto-Volverá" (ARA). Os nomes de ambos os filhos de Isaías eram uma recordação constante de seu ensinamento (veja cap. 8 e comentário sobre 10.20).
Campo do lavadeiro (7.3) Os lavadeiros ou tintureiros precisavam estar perto da água para fazer seu serviço de limpar e clarear as roupas.
7.14-16 "Emanuel" no hebraico significa "Deus conosco". O sinal aparentemente tinha significado presente e futuro. 1. Em poucos anos, o tempo necessário para uma criança atingir a idade do discernimento, Israel e Damasco deixariam de ser uma ameaça. 2. Um dia nasceria um menino que seria realmente "Emanuel", "Deus conosco" (veja Mt 1.23). A palavra traduzida por "virgem" em algumas versões (e no texto grego) designa mais uma "jovem" do que uma "virgem" no sentido técnico da palavra.
Coalhada/manteiga e mel (7.15,22) Estes símbolos de abundância natural representam, neste caso, uma terra desolada na qual o gado e as abelhas fornecem os únicos alimentos que de que se pode dispor.
A profetisa (8.3) A mulher de Isaías (veja NTLH).
Maer-Salal-Hás-Baz (8.3, NTLH) Rápido-Despojo-Presa-Segura (ARA). O nome transmite a mesma mensagem (inicial) que "Deus conosco", mensagem de juízo através dos assírios. Compare 8.3-4 com 7.14-16.
Siloé (8.6) Provavelmente um aqueduto fora de Jerusalém. O túnel de Siloé, do tempo de Ezequias, ainda não havia sido construído.
Is 9.1-7: Virá um rei Esta profecia se afasta do ambiente sombrio daqueles dias e projeta a visão de um futuro brilhante e glorioso. Viria um rei da linhagem de Davi para reinar em justiça e paz - para sempre. As tribos de Zebulom e Naftali, na região da Galiléia, as primeiras a serem esmagadas pela Assíria, seriam também as primeiras a ver a luz, a provar a alegria, e a serem libertas pelo futuro príncipe da paz.
Em Mt 4.12-16, esta profecia é diretamente associada com a vinda de Jesus, que se criou em Nazaré, na Galiléia, e que começou seu ministério público em Caná da Galiléia.
O caminho do mar (1) A estrada principal entre a Síria e o Egito passava pela Galiléia.
Dia dos midianitas (4) Trata-se da grande vitória de Gideão contra os midianitas (Jz 7).
Deus forte (6) O próprio Deus. Veja 10.21 onde a mesma palavra é usada.
Para sempre (7) Veja o que o anjo Gabriel disse a Maria, em Lc 1.32-33.
Is 9.8--10.4: Castigo para Israel Somos levados bruscamente de volta ao presente. O povo do reino dissidente do norte, Israel, estava condenado por sua arrogância e rebelião, injustiça e opressão. Eles já haviam sentido o gosto do juízo divino, mas não aprenderam a lição. Portanto, Deus não os pouparia. A profecia foi escrita em quatro estrofes, cada uma terminando com o mesmo refrão (12,17,21; 10.4; foi usado antes, em 5.25).
Os assírios levaram muitos israelitas para o cativeiro em 734 a.C. Israel ignorou as advertências de Amós e os apelos de Oséias (contemporâneo de Isaías), os dois profetas que Deus havia enviado especialmente a eles.
Is 10.5-34: "Enviei a Assíria" Deus usou uma nação orgulhosa e cruel para castigar seu povo. Mas as palavras arrogantes do imperador (12,14) não ficaram sem resposta (15) e a crueldade excessiva da Assíria não foi perdoada: ela seria punida (12,24-27). Mesmo em meio ao mais intenso juízo, Deus jamais perde de vista seu propósito de salvar. Um remanescente - um número insignificante - do seu povo sobreviveria para confiar nele e servi-lo (20-23).
v.9 Uma lista de cidades e cidades-estado conquistadas pela Assíria - todas sírias, com exceção de Samaria.
Não houve quem/ninguém (14) Forma enfática de expressar que não houve qualquer tipo de resistência.
Os restantes (20) Este tema do remanescente é um dos principais de Isaías. Remonta ao dia em que Deus o chamou como profeta (6.13) e aparece como um fio de esperança em meio às mensagens mais sombrias de juízo. Para uma lista de referências, veja comentários sobre 1.9. Este mesmo remanescente fiel ou grupo de sobreviventes realizaria todas as promessas gloriosas do futuro.
V. 26 Veja Jz 7 e Êx 14.
Vs. 28-32 Gibeá, um pouco ao norte de Jerusalém, foi a capital de Saul; Anatote, alguns quilômetros a leste, a terra natal de Jeremias. Isaías descreve um ataque a Jerusalém proveniente do norte, a rota normal dos exércitos invasores de países do norte ou leste. Senaqueribe acabaria vindo do lado de Laquis, a sudoeste.
Is 11--12: Quando tudo ficará bem Nestes capítulos, o tema de passagens anteriores (2.2-4; 4.2-6; 9.1-7) é desenvolvido mais extensamente. O futuro rei será da família de Davi ("Jessé", 11.1, era o pai de Davi). Ele possuirá o próprio Espírito de Deus e será justo, reto, fiel, como Deus. Seu reino será internacional (11.10) e livre de inimigos e de males. O mundo natural refletirá essa transformação total (11.6-9). Haverá uma grande reunião de todo o povo de Deus que se acha disperso (11.12), e o cântico de louvor pela restauração de Israel será entoado por todos (cap. 12). Isaías descreve isso tudo em termos bem concretos, mas o que ele viu foi uma mudança radical. Esta será uma nova terra, centrada em Deus e obediente a sua vontade (11.9; 12.6; veja também 65.17-25 e Ap 21).
Is 13--23 As nações sob o juízo de Deus Estes capítulos reúnem uma coleção de profecias contra nações estrangeiras, que foram anunciadas em diferentes momentos. Deus não se interessa apenas por seu próprio povo. O mundo inteiro é dele.
As profecias se valem de imagens fortes e pintam quadros marcantes para descrever os dias terríveis que estavam por vir. Elas têm forma e linguagem poética. Por exemplo, 14.4 deixa claro que o que segue é uma canção de zombaria. Além dos títulos - "sentença (ou mensagem) contra..." - as profecias estão entremeadas com breves anotações explicativas em prosa (p. ex. 13.1; 14.1-4; 16.13-14; 17.7-9; 19.16--20.6). Algumas versões deixam isto evidente pela maneira como distinguem entre prosa e poesia.
Is 13.1--14.23: Babilônia Veja também os caps. 46--47. Na época de Isaías, a Babilônia estava lutando para se tornar independente da Assíria. Esta profecia diz respeito à Babilônia, 100 anos mais tarde, no auge do seu poder - e prevê o dia em que a Babilônia seria destruída.
Em 539, a Babilônia caiu nas mãos dos medos e persas liderados por Ciro. Xerxes destruiu a cidade em 478 e ela foi definitivamente abandonada no século 4 a.C. No NT, a Babilônia se torna um símbolo. É a cidade da humanidade rebelde, implacavelmente oposta a Deus (Ap 17; ela também serve de codinome de Roma).
13.10 Isto é linguagem convencional para o "dia do Senhor". Veja, p. ex., Ez 32.7; Jl 2.10 e passagens do NT, Mt 24.29; Ap 6.12-13.
Ofir (13.12) Veja 1Rs 9.28.
13.21-22 Lista de criaturas repugnantes.
Rei da Babilônia (14.4) A canção de zombaria é dirigida, não a um rei específico, mas à dinastia, que representa todo o reino.
Estrela da manhã (14.12) Venus. Na crença dos cananeus, uma divindade que queria ser o "deus supremo". Um dos nomes dados a Lúcifer.
14.13 Esses mesmos pensamentos trouxeram o juízo de Deus sobre Babel, predecessora da Babilônia (Gn 11.1-9).
Is 14.24-27: Assíria O destino da Assíria também estava selado (veja 10.5-34). No final, a Babilônia quebraria o poder da Assíria. Mas antes disso haveria uma derrota simbólica na terra do próprio Deus (25; veja caps. 36-37).
Is 14.28-32: Os filisteus A data é provavelmente 716 a.C. (28). A Assíria estava em apuros e os filisteus (velhos inimigos de Israel, ocupando a planície costeira) tentaram persuadir Judá a unir-se a eles numa rebelião contra as assírios. Mas estes estavam longe de estarem derrotados (29,31). O pior estava por vir - e os filisteus estavam condenados. Porém os pobres do povo de Deus encontrariam abrigo em Sião.
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Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11