COSTUMES BÍBLICOS: ÊXODO - Saída do Egito


ÊXODO - Saída do Egito

A menor das três pirâmides de Gizé,
 construída por Miquerinos (Menkaure). 
O livro de Êxodo conta uma história dramática de fé, esperança e amor. Ela também é uma história de traição, escravidão, emancipação e libertação. Suas imagens são tão poderosas que são citadas mais de 120 vezes na Bíblia hebraica. Êxodo é a história da libertação israelita da escravidão no Egito. Esse é um relato narrativo da história dos descendentes de Jacó (Israel), desde a morte de José, em aproximadamente 1806 a.C. (Êx 1.1-7), até a construção do tabernáculo no deserto, em 1446 a.C. (Êx 40.17). O relato inclui os anos de escravidão e servidão de Israel no Egito, o chamado de Moisés, o confronto com Faraó, os acontecimentos dramáticos do êxodo e a chegada de Israel no monte Sinai para receber a lei do Deus Eterno (Adonai) Êxodo também é a história do amor de Deus pelo Seu povo. Jeová não é uma divindade indiferente, inativa ou inútil. Ele vê, ouve, observa e preocupa-se com as lutas de Seu povo (Êx 3.7). Ele é um Ser moral intensamente envolvido e extremamente interessado, e exige que Suas criaturas reflitam Seus atributos morais. O estudiosos judeu Nahum Sarna observa: "A história, portanto, é a arena da atividade divina.[...] A nação é o produto da providência de Deus, condicionada pela resposta humana às Suas exigências." O Deus que se revelou aos patriarcas é o mesmo Deus que se revelou a Moisés e chamou-o para liderar o povo no êxodo. Havia chegado o momento de cumprir-se a promessa de Deus a Abraão (Gn 15.13) em uma incrível demonstração de fidelidade à aliança. O título hebraico do livro é ve'alleh shemoth ("e estes são os nomes"), proveniente das palavras iniciais do livro. O título em inglês, Exodus, vem do titulo grego da *LXX, Exodos. Curiosamente, a mesma palavra grega utilizada no título da LXX também é empregada em Lucas 9.31 e 1 Pedro 1.15 para descrever a "partida", ou a "saída", para a morte.
A famosa esfinge de Gizé,
 construída por Quéfren (Khafre),
 mede 73 metros de comprimento. 
*A Septuaginta, em latim, abreviada LXX, é uma tradução em língua grega da Bíblia Hebraica, o Antigo Testamento, que a tradição diz ter sido feita no Egito por 70 sábios, cerca de dois séculos antes de Cristo, exatamente em Alexandria, onde existia uma significativa comunidade hebraica.(Fonte dessa informação: aBíblia.org) Têm-se contestado energicamente a autoria mosaica do livro de Êxodo, mas várias linhas de evidência apontam para Moisés como autor do livro. Primeiro, o livro está interligado a Gênesis. As primeiras palavras de Êxodo parecem dar prosseguimento a Gênesis 50.26. Além disso, Êxodo 1.1-7 apresenta semelhanças com Gênesis 46.8-27 ao descrever a família de Jacó que foi ao Egito. Assim, caso se aceite que Moisés escreveu Gênesis, é provável que ele também tenha escrito Êxodo. Segundo, o próprio livro de Êxodo afirma que Moisés falou e registrou parte de seu conteúdo (Êx 17.14; 24.4,7; 34.27). Terceiro, o restante do Antigo Testamento afirma que Moisés é o autor do livro (Js 8.31; Ml 4.4). Quarto, o Novo Testamento indica que Moisés escreveu Êxodo (Mc 7.10; 12.26; Lc 2.22,23; 20.37; Jo 1.45; 5.45,47; 7.19,22,23; Rm 10.5). Quinto, materiais extrabíblicos, incluindo os Manuscritos do mar Morto (CD 5.1,2; 7.6,8,9; 1bQS 5.15) e o Talmude babilônico (Baba Bathra 14b-15a), indicam que Moisés foi o autor do livro. Os detalhes do relato do êxodo refletem claramente um contexto cultural egípcio, incluindo a escravidão de estrangeiros para fabricação de tijolos, o emprego comum de parteiras nos nascimentos, o uso de assentos para o parto, o encantamento de cobras por mágicos sacerdotais, a adoração de bezerros como deus Ápis, a veneração do rio Nilo, a referência ao rei como Faraó ("casa grande") e a ocupação do delta egípcio por semitas. A estrutura de aliança e o padrão do sistema legal israelita, refletidos em Êxodo, indicam claramente um conhecimento precursor de método de escrita, tratados internacionais e terminologia jurídica típicos da metade do segundo milênio a.C. Kitchen argumenta, de maneira convincente, que o conteúdo de Êxodo dificilmente reflete a obra de um "bando de escravos fugitivos fabricantes de tijolos". Em vez disso, ele sugere que o livro é claramente obra de um líder hebreu experimentado na vida da corte egípcia, mas de origem social semita tradicional, exatamente conforme a descrição de Moisés no livro de Êxodo.
VEJA SOBRE ⇓
DATAÇÃO DE ÊXODO
A data de escrita do livro depende de como é feita a datação do êxodo. Hill e Walton observam, corretamente: "Definir a data do êxodo constitui um dos maiores problemas cronológicos do estudo do Antigo Testamento." A importância da data do êxodo, por sua vez, afeta a data da conquista de Canaã, a duração do período de juízes e a credibilidade de várias referências cronológicas no Antigo Testamento (Jz 11.26; 1Rs 6.1). Aqueles que defendem uma data mais antiga (1446 a.C.) para o êxodo identificam Tutmés III (1504-1450 a.C.) como faraó da opressão e Amenófis II (1450-1425 a.C.) como o faraó do êxodo. Aqueles que preferem uma data posterior (1290 a.C.) consideram Ramsés I (1320-1318 a.C.) e Seti I (1318-1304 a.C.) como os faraós da opressão e Ramsés II (1304-1237 a.C.) como o faraó do êxodo.
Os argumentos a favor da data antiga (1446 a.C.) são, em geral, baseados nas seguintes observações: (1) I Reis 6.1 declara que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do rei Salomão (966 a.C.), datando o êxodo de 1446 a.C. (2) Jefté, em aproximadamente 1100 a.C., afirmou que Israel havia ocupado Canaã por 300 anos (Jz 11.26), e, adicionando-se 40 anos da jornada no deserto, a data do êxodo é situada entre 1446 e 1400 a.C. (3) A Estela de Merneptah (cerca de 1220 a.C) refere-se a "Israel" como um povo já estabelecido na terra no registro do filho de Ramsés II. Com isso, dificilmente haveria tempo para o êxodo, a peregrinação no deserto, a conquista e a colonização de Canaã pelos israelitas. (4) As tabuletas de Amarna (cerca de 1400 a.C.) referem-se a um período de caos na terra de Canaã, o qual poderia equivaler à conquista israelita. (5) A Estela do Sonho de Tutmés IV, que seguiu Amenófis II, indica que ele não era o herdeiro primogênito legal do trono, pois o filho mais velho havia morrido.
Templo de Ramsés II em Abu Simbel.
 As quatro estátuas colossais retratam
 o rei usando a coroa dupla,
 que representa sua função como
 governante de todo o Egito.
Os argumentos a favor da data recente do êxodo costumam ser os seguintes: (1) Os anos bíblicos são reinterpretados como símbolos (480 anos= 12 gerações) ou generalizações exageradas (por exemplo, os 300 anos de Jefté). (2) Nenhuma referência extrabíblica a "Israel" foi encontrada antes da Estela de Merneptah (aproximadamente 1200 a.C.). (Veja mais sobre a Estela, aqui: RECRIANDO O PASSADO). (3) Parecem faltar evidências arqueológicas de uma conquista no século 15 a.C. em alguns locais de Canaã. (4) Os israelitas ajudaram a construir as cidades de Pitom e Ramessés (Êx 1.11), concluídas por Ramsés II. (5) Governos sobrepostos em Juízes podem justificar a contagem de um período mais curto para a conquista, a colonização e a época dos juízes. O principal problema da datação recente é o fato de ela descartar totalmente qualquer leitura literal da cronologia bíblica em favor de dados arqueológicos altamente discutíveis e inconclusivos. É muito provável que as escavações futuras continuem a esclarecer a questão. Enquanto isso, críticos minimalistas reduzem toda a história do êxodo e da conquista à posição de mitologia judaica, tornando qualquer data irrelevante para eles. Aqueles que tomam o relato bíblico ao pé da letra têm feito uma defesa mais do que adequada de sua posição. (É o caso da edição deste site) As leis básicas e os rituais religiosos de Israel, provavelmente, foram moldados ao longo do tempo, mas deve ter havido um começo em algum ponto da história. Sugerir que nunca houve um Moisés envolvido na fundação da nação de Israel seria como argumentar que nunca houve um George Washington envolvido na fundação dos Estados Unidos. (Isso!) Assim, admitindo a autoria mosaica e a datação antiga do êxodo, é provável que o livro tenha sido escrito em algum momento entre os dois anos após o êxodo (1444 a.C.) e a morte de Moisés (1406 a.C.). O começo desse período parece ser mais apropriado, pois foi ali que os acontecimentos descritos ocorreram. O público-alvo do livro era a geração de hebreus que vivenciou o êxodo do Egito e a aliança no Sinai (Êx 17.14; 24.4; 34.27,28) e a geração subsequente, nascida no deserto. (Veja mais sobre o Êxodo do Egito, aqui:O ÊXODO )
IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
O livro de Êxodo é fundamental tanto para a teologia judaica como para a teologia cristã. Arnold e Beyer declaram: "O êxodo, como acontecimento de salvação, foi o início formativo da nação de Israel, tanto histórica como teologicamente". Ele ilustra como Deus é o Remidor da injustiça, do pecado e da opressão e, portanto, serve como paradigma para todas as redenções futuras. Êxodo ensina-nos que Deus é soberano sobre Sua criação e que os seres humanos não podem desacatar Sua vontade ou limitar Seus propósitos. Como grande Libertador, O SENHOR livra Seu povo para adorá-Lo e servi-Lo. O livro também é a fonte do sistema ético judaico-cristão, resumido nos Dez Mandamentos. Jesus confirmou a validade da lei (Mt 22.36-40) e afirmou que veio para cumpri-La (Mt 5.17). Ele até mesmo se referiu à Sua "partida", ou morte na cruz, como um êxodo (Lc 9.31).

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Filipenses 1:9-11

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