Resumo: Marcos traz um relato mais breve e emocionante sobre a vida de Jesus. |
Introdução
O estudo dos Evangelhos no site, nas páginas que se seguem, não estão, propositalmente, na ordem cronológica. Mas obedece com fidelidade a todos os textos bíblicos apresentados nos Evangelhos. Com o real objetivo de levar aos leitores, em linguagem simples, os fatos reais acontecidos à mais de 2014 anos, narrados por estes 04 homens de Deus incrivelmente disponíveis para Senhor no desfecho da mais bela História de todos os tempos: Nascimento, Vida, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador de todos aqueles que se interessam por Ele e o aceitam como Senhor de suas vidas.
Sejam todos, por Ele, abençoados. Bom estudo!
A Palavra "evangelho"
"EVANGELHO" é uma palavra de origem grega que significa "a boa notícia". Essa boa notícia é a mensagem da salvação anunciada por Jesus e seus apóstolos.
O termo se refere tanto à mensagem como aos quatro livros (os Evangelhos) que apresentam a vida e os ensinamentos de Jesus.
LEIA A PESCA NA GALILEIA⇧ |
Papias, escrevendo antes de 140 d.C., disse: "Marcos, que era o intérprete de Pedro, escreveu precisamente tudo que ele lembrava, tanto das palavras como das ações de Cristo, mas não em ordem. Pois ele não foi nem ouvinte nem alguém que acompanhou o Senhor".
Pouco depois, Irineu diz que Marcos foi escrito "quando Pedro e Paulo pregavam o evangelho em Roma e fundaram a igreja ali." Depois da morte destes, "Marcos, discípulo de Pedro, nos forneceu por escrito o conteúdo da pregação de Pedro".
Isto certamente explicaria a extraordinária vivacidade deste Evangelho. E o autor obviamente tinha leitores não judeus em mente, porque muitas vezes explica os costumes judaicos.
Este Evangelho se concentra em contar a história, passando rapidamente do batismo de Jesus aos momentos críticos da morte e ressurreição. Dentro desta estrutura, o material tende a ser agrupado por assunto. O Evangelho de Marcos é cheio de vida e ação. Comparado com Mateus, ele dá mais detalhes nos relatos sobre o que Jesus fez, embora seja mais breve quando se trata dos ensinamentos de Jesus.
Nos 16 capítulos de Marcos, apenas quatro parágrafos são exclusivos deste Evangelho. O restante aparece também em Mateus e Lucas, ou aparece em ambos. Mas como cada evangelista adaptou o material a seu propósito específico, o que se tem não é uma simples duplicação de relatos. Nenhum deles é dispensável. E perder Marcos seria perder muito mais do que aqueles quatro parágrafos que não encontramos em nenhum dos outros Evangelhos. Marcos nos mostra Jesus em ação, para nos convencer, a partir das coisas que Jesus fez, que ele era de fato o que afirmava ser: o Filho de Deus.
Quem era Marcos?
O nome "João Marcos" aparece várias vezes em Atos e nas Cartas do NT ("João" é o nome judaico, "Marcos", o latino). Sua mãe tinha uma casa em Jerusalém, os seguidores de Jesus se reuniam naqueles inícios da igreja cristã (At 12.12). E ele era primo de Barnabé, o companheiro de Paulo. Marcos comprometeu a sua reputação com Paulo ao voltar para casa no meio da primeira viagem missionária. Mas Barnabé lhe deu uma segunda chance, e posteriormente ele ganhou o amor e o respeito de Paulo e de Pedro. Ele estava com Paulo na prisão (Cl 4). E Pedro, de quem se tornou companheiro, o amava como seu próprio filho (1Pe 5.13).
Mc 1.1-13 Boas novas!
A frase inicial de Marcos é impactante: "Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus". A verdade surpreendente é proclamada; o propósito do Evangelho e sua mensagem são revelados logo de saída.
Mc 1.2-8: João Batista
Veja também Mt 3.1-12; Lc 3.2-22.
Marcos omite o nascimento de Jesus e a história inicial de João. Para ele, as boas novas começam com o João adulto, a voz profética que Isaías havia previsto, clamando no deserto, exortando a nação a se preparar para a vinda de Deus. O restante do registro de Marcos mostrará que Jesus, aquele cuja vinda João anunciou, é o Messias, o Filho de Deus.
Vs. 2-3 Marcos combina três referências do AT: Êx 23.20; Ml 3.1; Is 40.3.
V. 8 A água é um símbolo. Ela só pode lavar o exterior. O Espírito Santo de Deus pode lavar a pessoa por dentro.
O profeta no deserto João só comia alimentos simples e a roupa dele era grosseira. A túnica feita de pêlos de camelo e o cinto de couro possivelmente eram usados para imitar Elias (veja 2Rs 1.8 e a profecia em Ml 4.5). Ele certamente foi reconhecido imediatamente como profeta. Ele não só apresentava ser profeta, como também estava convicto de que tinha uma mensagem de Deus. As pessoas vinham de longe para ouvi-lo, talvez se reunindo às margens do Jordão perto de Jericó, perto do lugar onde, muitos séculos antes Josué e os israelitas haviam entrado na terra prometida.
Mc 1.9-13: O batismo e a tentação de Jesus
Embora sujeita a Roma, a Galiléia era governada por um rei "nativo": Herodes Antipas, um dos quatro filhos de Herodes o Grande. A região ficava a oeste do lago da Galiléia. Na época de Cristo, era uma região próspera e densamente povoada, atravessada em todas as direções por estradas militares romanas e antigas rotas de comércio. O ponto focal das viagens de Jesus era o mar da Galiléia, um lago de água doce com 21 km de comprimento e 11 km de largura , situado no fundo do vale do rio Jordão a mais de 180 m abaixo do nível do mar. Este lago separava o território de Herodes do território de seu meio-irmão Filipe, a leste.
A maioria dos apóstolos era das cidades ao redor do lago, que desfrutavam de um clima subtropical. Cafarnaum era a base de Jesus. Tiberíades, a 16 km de distância, era um balneário famosos por suas fontes termais. Muitos dos doentes que Jesus curou podem ter vindo à região por causa das águas minerais de Tiberíades. No monte atrás da cidade ficava o esplêndido palácio de verão de Herodes.
O lago é cercado de montes: amarronzados e desérticos do lado leste, e (naquele tempo) verde, férteis e arborizados no oeste. Pelos seus topos e declives passa o vento que pode causar tempestades repentinas no lago. Ao norte, a paisagem é dominada pelo pico do monte Hermom, coberto de neve (e que muitos acreditam ser o monte onde os discípulos viram a glória do Jesus transfigurado).
Na época de Jesus, palmeiras, oliveiras, figueiras e vinhas cresciam nas encostas ao redor do lago. E as pequenas cidades e vilas da sua costa oeste eram centros industriais bastante movimentados: exportação de peixe salgado; construção de barcos; tinturarias; cerâmica. João Batista viveu uma vida ascética no deserto. Jesus, por outro lado, decidiu ficar no meio do movimento, na Galiléia, uma das regiões mais agitadas e cosmopolitas da Palestina.
Mc 1.14-20: "Siga-me"
O rei Herodes calou a voz de João Batista, lançando-o na prisão. Este foi o sinal para o retorno de Jesus ao norte para começar sua própria proclamação pública das boas novas de Deus. Aquela era a hora, o reino de Deus estava próximo, e era tempo de se arrepender e crer. (Veja "Jesus e o reino".)
Junto ao lago da Galiléia Jesus chamou quatro pescadores. Ele os ensinaria a pescar, não peixes, mas pessoas (Jo 1.35-42 dá o contexto).
Mc 1.21-45: Um mestre que pode curar
Daquele momento em diante, Cafarnaum passou a ser o quartel-general de Jesus.
Em Cafarnaum, o centurião romano local contribuiu para a construção da sinagoga. As ruínas da sinagoga de Cafarnaum (fotos), provavelmente construída dois ou três séculos depois da época do NT, mostram uma combinação de estilo romano com símbolos judaicos tradicionais: uvas, a estrela de Davi, e um entalhe da arca da aliança que estivera no santuário do Templo, mas que foi perdida. Qualquer homem judeu podia ser convidado a explicar as leituras da Escritura no culto da sinagoga. O que impressionou aqueles que ouviram Jesus era a autoridade dele: ao contrário dos outros mestres, ele não citava nem dependia da autoridade de outros.
O primeiro reconhecimento de Jesus como "o Santo de Deus" veio de um homem possesso, e Jesus imediatamente tentou manter a sua identidade em segredo. Ele usou o seu poder para o bem, subjugando as forças do mal. Primeiro ele calou a voz (25); depois curou o homem. Também no v. 34, quando curou os doentes, ele proibiu os demônios de falarem. E o homem com a doença de pele (não necessariamente um leproso; veja nota abaixo) foi avisado para não contar nada sobre a sua cura (43-44). Na verdade, ele desobedeceu e essa publicidade restringiu os movimentos de Jesus (45). Mas será que esta era a única razão pela qual Jesus pediu às pessoas (pelo menos nove vezes neste Evangelho) que não revelassem a sua verdadeira identidade? Por que manter em segredo o fato de que ele era o Messias?
A razão parece estar nas idéias erradas sobre o Messias e sua missão que eram comuns na época. O povo esperava um líder político para livrá-los dos romanos. Jesus precisava de tempo para explicar o tipo de "reino que ele viera inaugurar: era algo que até os seus seguidores mais próximo teriam dificuldades em entender.
espírito imundo/mau (23) "imundo" porque o homem não seguia as regras que o tornariam apto a participar do culto público. Na época de Jesus, os judeus acreditavam que muitas doenças (principalmente mentais) eram causadas por espíritos malignos. (Deus e o mundo que ele fez são bons; portanto, o sofrimento devia ter sua origem no mal.) Assim, muitas vezes nos é difícil saber se o que está sendo descrito é doença mental ou possessão demoníaca. De qualquer forma, a autoridade de Jesus é evidente - e surpreendente. Veja também a nota em Lc 4.33.
V. 32 O sábado, com suas regras que restringem o deslocamento, começa no pôr-do-sol da sexta e termina no pôr-do-sol do sábado. Ao cair do do sol, isto é, passado o sábado, o povo podia levar os doentes a Jesus.
V. 44 Veja Lv 14.1-32. Na Bíblia, o termo "lepra" abrange uma variedade de doenças de pele.
Mc 2.1-12: Um paralítico sai andando!
Neste caso, foi a iniciativa e a fé dos amigos que possibilitaram a cura daquele homem. A ação de Jesus demonstrou o seu poder no campo físico e espiritual. Quando ele pronunciou a palavra, o homem foi curado. Quando ele falou, o homem foi perdoado. Em ambos os casos algo realmente aconteceu.
V. 4 A casa devia ter uma escada externa que levava ao teto (horizontal) em forma de terraço, que era uma área extra usada para vários fins. Esse teto era revestido de telhas ou ripas de madeira cobertas de barro, não sendo difícil a remoção.
Filho do Homem (10) Esse era o título favorito de Jesus para si mesmo, talvez porque o título "Messias" era mal interpretado. No AT, "filho do homem" geralmente significava apenas "ser humano", mas em Dn 7.13-14 "alguém semelhante a um Filho de homem"" ("homem" na NTLH) recebe poder de Deus. Jesus disse que o Filho do Homem tinha autoridade e poder na terra para perdoar pecados (2.10). Ele era "Senhor também do sábado" (2.28). Disse que o Filho do Homem devia sofrer, morrer e ressuscitar (8.31; 9.9,12,31; 10.33,45; 14.21,41). E disse que o Filho do Homem reinará em glória (8.38; 13.26; 14.62).
V. 11 As pessoas simples dormiam no chão sobre uma esteira ou manta que podia ser enrolada durante o dia.
Mc 2.13-22: Amigos de má fama; o tempo em que jejuariam
Levi (Mateus) era um excluído, um amigo que não convinha a nenhum mestre judeu que se desse ao respeito. Aqueles que ele convidou para o jantar eram igualmente inaceitáveis. Veja Mt 9.9-17; Lc 5.27-39.
Escribas, fariseus (16) Veja "A religião judaica na época do NT".
Mc 2.23--3.6: Quebrando as regras?
Veja também Mt 12.1-14; Lc 6.1-11.
A interpretação judaica do mandamento do sábado como dia santo em que não se podia trabalhar (Êx 20.8-11; 34.21), recheada de minuciosas regras e restrições, fez com que se perdesse o fundamental do mesmo. O objetivo do dia de descanso era o bem físico e espiritual do ser humano, e não a negação de alimento e ajuda. É um dia para fazer o bem -- a não apenas numa emergência. Marcos relata dois confrontos em que se discute o sábado: um, no campo, quando os discípulos de Jesus estavam com fome (23-28); outro, na sinagoga, que apareceu um caso de necessidade humana (3.1-6). A aparente rebeldia de Jesus causou uma reação terrível: uma conspiração para matá-lo.
2.25-26 Veja 1Sm 21.1-6. Os pães que Davi tomou eram aqueles que os sacerdotes colocavam, semanalmente, no altar.
Herodianos (3.6) Partidários de Herodes Antipas (veja "A família de Herodes"). Eles colaboravam com os romanos, e por isso eram geralmente detestados pelos fariseus escrupulosos.
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Filipenses 1:9-11