Resumo: Lucas conta sua história de Jesus para leitores não judeus |
Belém, que fica no alto de um monte
da região ao sul de Jerusalém, ainda hoje
é cercada por campos onde pastores
tomam conta dos seus rebanhos.
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Dos quatro Evangelhos, Lucas é aquele que nos dá o relato mais completo da vida de Jesus. Também é o único que tem uma continuação. O Evangelho é a primeira metade de uma história do início do cristianismo que é feita de duas partes, a saber, os livros de Lucas e Atos. As duas partes são dedicadas ao mesmo homem, o romano Teófilo, e ambas foram escritas pela mesma razão: mostrar que Deus estava realizando o seu propósito na vida e obra de Jesus e de seus seguidores.
O Evangelho foi cuidadosamente redigido a partir de fontes confiáveis de primeira mão. Lucas não foi apenas um biógrafo. Sua preocupação maior era descobrir a verdade sobre o que aconteceu na Palestina nos anos críticos da vida de Jesus. Seu Evangelho mostra Jesus com Salvador de todos. A vinda dele é descrita como um evento de interesse mundial. Em Lucas temos a descrição mais clara de Jesus, o ser humano. E a seleção de histórias que Lucas fez reflete seu próprio interesse pelas pessoas, especialmente os doentes e indefesos, os pobres, as mulheres, as crianças e os excluídos. Acredita-se que enquanto o tema de Mateus e a realeza e o de Marcos, o poder, o tema de Lucas é o amor. O Evangelho também é repleto de alegria, pois o amor de Deus transforma vidas humanas.
O autor
O Evangelho não menciona o nome do autor, mas todas as evidências apontam para Lucas, o médico amado, amigo e companheiro de Paulo nas suas viagens missionárias (Cl 4.4; veja introdução de Atos). A forma precisa com que as doenças são descritas no Evangelho estão de acordo com isso. Ao contrário de Mateus, Marcos e João, Lucas muito provavelmente não era um judeu. Ele poderia ter vindo de Antioquia, na Síria, ou de Filipos, na Grécia.
Com base no próprio Evangelho, fica claro que o autor era um homem culto, que dominava a língua e o vocabulário grego e que pensava de forma "organizada": ele gosta de selecionar, ordenar e redigir o seu material. Ele era um artista que sabia usar bem as palavras, combinando uma maneira jornalística mais formal de relatar os fatos com uma abordagem sensível e empática no que diz respeito a histórias de cunho mais pessoal. E embora escrevesse para não judeus, ele revela domínio do que se passava tanto no contexto grego quanto no contexto judaico.
Lucas escreveu com base histórica, dando nomes de reis, imperadores e oficiais, e a arqueologia tem demonstrado que em geral ele foi um historiador preciso, embora alguns pontos (o censo em 2.2, por exemplo) ainda sejam discutidos.
Fontes
Lucas trabalhou com Marcos e o conhecia bem (Cl 4.10,14; Fm 24), e o Evangelho de Marcos foi claramente uma das suas fontes principais. Ele usou 65 por cento do mesmo material, reproduzindo parte dele quase ao pé da letra. Além disso, baseou-se em relatos de testemunhas oculares, pessoas que viram o que de fato aconteceu. Ele também usa material encontrado em Mateus, mas não em Marcos. Muitos acreditam que isso indica um registro escrito, agora perdido, mas usado por ambos. Este é conhecido como o documento "Q" (do alemão Quelle, "fonte").
Data de autoria
Não há evidência conclusiva que indique quando Lucas foi escrito e várias datas já foram sugeridas. Deve ter sido escrito (pelo menos sua primeira edição) antes de Atos, já que este é a continuação, e Atos não menciona qualquer evento posterior a 62 d.C. Assim, há bons argumentos para um data no início da década de 60. Outros, porém, argumentam com veemência a favor de uma data entre 75 e 85 d.C., baseando-se, para tanto, na suposta datação do Evangelho de Marcos (provavelmente final da década de 60) e em aparentes referências à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. (Lc 21.20). É possível que tenha havido uma revisão de Lucas, depois que Atos havia sido escrito, e talvez com acesso mais completo ao material de Marcos. Mas não há evidência conclusiva sobre a data.
Prefácio: Lucas se explica
À medida que crescia o número de seguidores de Jesus e grupos cristãos foram surgindo em muitos lugares após a morte de Jesus, logo ficou claro que as histórias e o ensinamento de Jesus que circulavam em relatos orais deviam ser colocados por escrito.
Marcos foi um dos "muitos" que, segundo Lucas, já haviam escrito sobre os "fatos que entre nós se realizaram" (1). O Evangelho de Marcos já existia quando Lucas começou a "acurada investigação de tudo desde sua origem". Isso pode ter ocorrido no período em que Paulo estava preso em Cesaréia: naquela época, Lucas encontrava-se na Palestina, com tempo e condições de verificar o que havia ocorrido. De qualquer forma, ele decidiu escrever "uma exposição em ordem" para Teófilo, que, provavelmente, era um alto oficial romano e o patrono de Lucas e que cobriria os custos da publicação. Teófilo (cujo nome significa "amigo de Deus", em grego) estava interessado no cristianismo, e Lucas queria que ele tivesse conhecimento da verdade.
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Evangelho de Lucas caps. 13 ao 24
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Filipenses 1:9-11