COSTUMES BÍBLICOS: Apocalipse - Parte E - Os Sete Sinais


Apocalipse - Parte E - Os Sete Sinais

Visão de João
OS SETE SINAIS
Ap 12--14: O povo de Deus sob ataque A mensagem central dessas visões é clara, mas o mesmo não se aplica aos detalhes. Os sinais são estes:
 uma mulher prestes a dar à luz (12.1-2)
 um dragão vermelho (12.3)
 uma besta que emerge do mar (13.1)
 uma besta que emerge da terra (13.11)
 o Cordeiro, com o seu povo, em pé sobre o monte Sião (14.1)
 três anjos (14.6, 8-9)
 um ceifeiro celestial, ceifando a terra (14.14-20)
Já houve quem sugerisse que, para escrever estes capítulos, João se baseou em mitos daquele tempo. Se este for o caso, a aplicação que ele faz é bem própria. Ele escreve para uma igreja perseguida, e nestes capítulos ele a exorta a ser perseverante.
Ap 12: A mulher e o dragão vermelho  A mulher coroada com estrelas e vestida do sol (1; contraste com a prostituta de 17.3-6) representa o povo escolhido de Deus, do qual nasceu, primeiro o Messias (5), e depois através dele, a igreja (17). O dragão que está pronto para destruir é o próprio Satanás (9). Os vs. 7-12 lembram que a luta em que os cristãos estão envolvidos faz parte de um conflito muito maior (Ef 6.11-12).
A mulher está vestida com o esplendor do Céu. As suas vestes são refulgentes, pois ela estava coberta com a justiça de Deus (Salmos 84:11). O povo de Deus no passado estava sendo justificado de todas as suas transgressões, através da grande solenidade do dia da expiação que era celebrada uma vez ao ano e que apontava para a missão salvífica do Salvador vindouro.
O texto sob análise diz que a mulher tem a lua debaixo de seus pés. A única referência bíblica em que a lua aparece num contexto simbólico está em Gênesis 37:9. No sonho de José aparecem o sol, a lua e as estrelas, simbolicamente associados à sua família. A lua naquele caso representava Raquel, a esposa de Jacó (Israel). Entendemos que não é possível associar os mesmos simbolismos à figura da mulher de Apocalipse 12. A lua, que reflete a luz do sol, poderia ser o sistema de sacrifícios praticados pelo povo de Deus durante o velho pacto, que refletia a obra redentora do esperado Messias e que ao mesmo tempo era a base de seus anseios e esperanças.
Muito mais aconteceu no nascimento, na morte e na ressurreição de Cristo do que as pessoas imaginam. Uma guerra entre as forças do bem e do mal estava encaminhada.
Como já escrevi no início do parágrafo, a mulher representa os fiéis de Deus, que aguardavam pelo Messias. A coroa de 12 estrelas representa as 12 tribos de Israel, a nação que deu à luz o Messias.
O grande dragão vermelho simboliza Satanás, e sua descrição representa seu poder e os reinos do mundo sobre os quais ele governa. O desejo de Herodes de matar o rei recém-nascido foi motivado por Satanás - o dragão vermelho (Mt 2.13-20). As estrelas lançadas à terra geralmente são reconhecidas como anjos que caíram com Satanás.
Com Sua ascensão "para Deus e para o seu trono", Cristo garantiu a vitória sobre Satanás. Então, o dragão voltou sua atenção à mulher - o povo de Deus - mas o Senhor preparou um lugar para cuidar dela e protegê-la. Mesmo assim, o dragão perseguiu-a juntamente com seus filhos - todos os crentes.
Essa imagem acerca do nascimento de Cristo lembra-nos de que estamos vivendo em meio a uma grande batalha espiritual, com consequências reais que vemos diariamente (Ef 6.12). Isto nos lembra porque devemos estar "orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito [...] por todos os santos" (Ef 6.18).
A mensagem principal é clara. Embora Satanás seja forte e poderoso, e seu ataque feroz, seu tempo é curto. Ele foi derrotado por Cristo; assim, pode ser derrotado pelos seguidores de Cristo. Ele está destinado à destruição; a igreja, ao triunfo. O povo de Deus está sempre e em todos os lugares sob a soberana proteção divina.
Os sete personagens simbólicos do placar do fim dos tempos são os seguintes:
1- Mulher: Israel, mãe do Messias (12.1,2)
2- Dragão: Satanás, a antiga serpente, o diabo (12.3,4,9)
3- Menino: Jesus Cristo elevado ao céu (12.2,5)
4- Miguel: arcanjo que batalha contra Satanás (12.7-12)
5- Remanescente: a semente da mulher (12.17)
6- Besta do mar: anticristo (13.1-10)
7- Besta da terra: falso profeta (12.11-18)
Muitos erroneamente identificam a mulher (12.1,2) como a igreja, mas esta mulher é retratada como a "mãe" (está grávida e em trabalho de parto) de Cristo, e não a "noiva" de Cristo.

»Miguel (7) O anjo da guarda especial de Israel.
Ap 13: As duas bestas A besta que vem do mar (um lugar maligno, na visão judaica de então) é uma criatura híbrida composta de partes dos quatro monstro que aparecem em Dn 7 e que representam sucessivos impérios mundiais. Com suas coroas e seus chifres (soberania e poder) e sua rebeldia contra Deus, ela representa o estado autoritário que se opõe a Deus. Ela recebe seu poder do dragão (2, 4) e é, aparentemente, indestrutível (3). Engana o mundo, mas não aqueles cujo nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro (8).
A segunda besta _ o pseudo do cordeiro que fala com a voz de Satanás (11) - é a religião sancionada e dominada pelo Estado. Em Ap 16.13 e 19.20 essa besta é chamada de "falso profeta". Ela imita a realidade e afasta o povo da adoração verdadeira. Os que se negam a adorar perdem, uns a sua vida (15), outros o seu sustento (17). Para João, as duas bestas eram o Imperador romano e o culto Imperador. Mas cada época tem os seus equivalentes.
»Ap 13.3, 14 Havia um rumor (conhecido como mito de Nero redivivus) de que o Imperador Nero não havia morrido em 68 d.C., e que voltaria à frente de grandes exércitos (partos) vindos do Oriente.
»Quarenta e dois meses (5) Veja nota em 11.2.
»A marca (17) Indicando posse e aceitação da autoridade da besta. As pessoas têm, ou a "marca" do mundo, ou o "selo" de Deus - e isto de forma visível (v. 16; Ap 7.3).
»O número (17-18)  Muitos já tentaram identificar um indivíduo, visto que, no mundo antigo, que as letras do alfabeto também representavam números. "Nero César" é o favorito atual, "mas, para se conseguir esse resultado, é necessário usar a forma grega do nome latino, transliterado em letras hebraicas, e com ortografia variante" (Morris). Mas a chave pode estar no simbolismo dos números: 6 é "um número humano", o número da humanidade. Não importa quantas vezes seja repetido, ele nunca chegará a 7, o número da perfeição, o número de Deus. Por mais poderosa que seja a "besta", ela não é Deus.
Ap 14: A alegria dos remidos; a colheita do fim dos tempos Este capítulo é bem diferente dos caps. 12 e 13. O Cordeiro está em pé sobre o monte Sião, a nova Jerusalém, com todos aqueles que têm o nome dele, e não apenas uma elite espiritual (1; veja nota em 7.4 e a nota abaixo). João vê agora 7 anjos, aparecendo um após o outro como agentes do juízo divino.
O primeiro (6) conclama o povo a dar ouvidos à mensagem divina do evangelho.
O segundo (8) anuncia a queda da "grande Babilônia", cidade que simboliza a humanidade unida em oposição a Deus. (Na época de João, "Babilônia" era um símbolo ou senha secreta para Roma; veja o cap. 17.)
O terceiro anjo (9) anuncia o juízo sobre todos os que se renderam às forças do mal.
Uma voz consola o povo de Deus. Eles são felizes. São chamados à perseverança, mas descansarão das suas fadigas. 
Então começa a colheita do juízo de Deus. Mais quatro anjos aparecem um depois do outro, vindos do santuário de Deus no céu.
O primeiro (com uma coroa na cabeça) está sentado sobre uma nuvem, segurando uma foice afiada. Quando o segundo anjo dá a ordem (15), ele começa  a ceifar a terra.
Um terceiro anjo (17) aparece com outra foice afiada. Quando o quarto anjo dá a ordem, ele vindima a videira da terra, lançando os cachos de uvas no lagar da ira de Deus.
»Vs. 3-4 Veja "JOÃO E SUA VISÃO DO CÉU"
»Babilônia (8) Veja o cap. 17.
»Um semelhante a filho de homem/ser humano (14) Como recebe ordens de outro (15), deve ser um anjo, e não Cristo.
»1.600 estádios (20, ARA) O estádio media cerca de 200 m. Mil e seiscentos estádios equivalente a 300 Km. Mas este é, claramente, outro número simbólico: 4 (que representa a terra) x 4 x 10 x 10, o que significa a destruição completa dos perversos em toda a terra.
Ap 15--16 As sete últimas pragas Agora vêm outros sete anjos com sete pragas. Em 5.8, João descreve sete taças de ouro cheias do incenso da oração. As taças do cap. 16 derramam pragas sobre a terra, sendo expressão da ira de Deus. Essas pragas, como juízos do cap. 8, lembram vividamente as pragas que atingiram o Egito na época do êxodo. Mas antes (15.2-4) vemos a alegria e a segurança do povo de Deus. Este não está sujeito aos terrores finais, que são dirigidos especificamente contra o mal (16.2, 9, 11). O céu (deduz-se com base em Apocalipse) é um lugar em que ressoam cânticos alegres. Louvar a deus será, finalmente, algo que vem ao natural.
»Número do seu nome (15.2) Veja a nota em 13.17-18
»Cântico de Moisés (15.3) O cântico alegre que foi entoado depois da travessia do mar Vermelho (Êx 15). Ambos são cânticos de libertação e liberdade.
»Tabernáculo (15.5) Referência ao tempo em que Israel peregrinou pelo deserto. O tabernáculo (a Tenda da Presença) simboliza a presença de Deus.
»16.12 O Eufrates separava o mundo civilizado dos bandos bárbaros que ficavam além dele.
»Armagedom (16.16) O monte de Megido, a famosa fortaleza situada na extremidade da planície de Jezreel e que guardava o acesso aos montes do Carmelo. Tantas foram as batalhas travadas em Megido que o nome se tornou sinônimo de batalha.
»A grande cidade... grande Babilônia (16.19) Veja o cap. 17.
As mulheres como símbolos em Apocalipse
Aqui, está a primeira das quatro mulheres simbólicas em Apocalipse:
(A) Uma mulher sofredora - Israel (Ap 12).
(B) Uma prostituta bêbada - o sistema religioso do mundo (Ap 17).
(C) Uma rainha arrogante - o sistema econômico do mundo (Ap 18).
(D) Uma noiva pura - a verdadeira igreja (Ap 19). Visão de João       

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Filipenses 1:9-11

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