COSTUMES BÍBLICOS: Anjos na Bíblia


Anjos na Bíblia


ANJOS - na Bíblia

Os anjos aparecem em toda a Bíblia, Gênesis a Apocalipse, sendo que há cerca de 300 alusões a ele no AT e NT. (Veja Anjos na História Judaica)
A palavra "anjo" (malak, no hebraico; angelos, no grego) descreve a função de um mensageiro, e não a natureza de um anjo.
Há anjos santos como os querubins e serafins, que servem diante do trono de Deus.
A "assembléia dos santos/deuses" que aparece no AT é um conceito semelhante ao panteão dos povos da Mesopotâmia e dos gregos, um conselho de deuses.
O "anjo do Senhor" que aparece no AT é uma figura enigmática, que às vezes fala como mensageiro e outras vezes como o próprio Deus (Êx 3.1-6). Muitas vezes interpretado como prefiguração de Cristo, o anjo do Senhor provavelmente é um arcanjo, membro de um grupo especial de anjos que transmitem a palavra de Deus e guiam o seu povo na história da salvação (Êx 23.20-22).
Os únicos arcanjos chamados por nome, na Bíblia, são Miguel e Gabriel. No NT, os anjos aparecem no início da vida e do ministério de Jesus e no final, proporcionando uma "moldura de mistério" para a pessoa e obra sem igual de Jesus.
Embora o Espírito Santo tenha vindo como testemunha interna da presença e do poder de Deus, os anjos continuaram a aparecer na história e missão da Igreja (At 8.26-40).
O NT claramente ensina que os anjos cuidam do povo de Deus (Lc 15.10). Não fica muito claro se cada crente tem um anjo da guarda pessoal ou não (Mt 18.10; At 12.15).
Nas Epístolas, os anjos são mencionados principalmente para destacar a filiação de Jesus Cristo. O Cristo ressuscitado foi exaltado acima dos "principados e potestades" deste mundo mau, e nenhuma criatura terrena ou celestial pode nos separar de seu amor (Ef 1.20-23; Rm 8.38-39).
Na Carta aos Hebreus, os anjos aparecem como pano de fundo para confirmar a plena divindade humanidade de Cristo (Hb 1--2).
Quando Jesus ensinou os seus discípulos a orar, "seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu", ele claramente deu a entender que existe uma comunidade celestial que louva e faz a vontade de Deus. Um dos rolos do mar Morto que foi publicado recentemente descreve uma detalhada "liturgia angelical" no céu, e Paulo fala sobre a presença de anjos, quando os cristãos se reúnem para o culto de adoração (1Co 11.10).
Os anjos aparecem na literatura apocalíptica (veja notas em Apocalipse). A visão da vinda do Filho do Homem que aparece em Daniel teve grande influência sobre o ensino do NT a respeito do fim dos tempos (Dn 7.9-13; 12.1-3). Os anjos anunciam a chegada e acompanham Jesus Cristo na sua segunda vinda, e executam o juízo divino (1Ts 4.16; Mt 24.31). Eles também foram um grupo ou uma comunidade que dá testemunho e exalta a obra da salvação que Cristo realizou (Ap 4--5). 
Na Bíblia Sagrada não existe o relato da existência de anjos na faixa-etária infantil.
Os anjos seguem ordens hierárquicas (Colossenses 1.16)
Deus se mantém no céu, é o Soberano, o Criador de todas as coisas.
Na questão dos anjos, está revelado que eles foram criados antes do mundo que conhecemos e vivemos, eles são em número incontável e que existe entre eles uma hierarquia estabelecida por Deus (Jó 38.6-7; Hebreus 12.22).
As classes conhecidas de anjos seguem o plano divino de autoridade. A classificação é: arcanjos, querubins e serafins.
Segundo Colossenses 1.16 e 1ª Pedro 3.22, a organização angelical segue uma hierarquia distinta em cinco principais representações: tronos (thrónoi); domínios (kyrioótetes); principados (arkai); potestades (exousiai) e poderes (dynámeis). Essa classificação refere-se à esfera do governo, com a finalidade de distingui-los dos demais anjos que somam exércitos e atuam diante de Deus, do Universo e do ser humano, em particular.
Na organização dos anjos, a Bíblia fala mais: primeiros príncipes (Daniel 10.13); anjos da guarda de todos e de crianças (Hebreus 1.14; Mateus 18.10); e, anjos eleitos (1ª Timóteo 5.21).
O princípio de autoridade que Deus criou sofreu uma tentativa de rebelião, por parte de Satanás, diante do fracasso o mesmo foi precipitado do céu (Ezequiel 28.1). (Veja: OS ANJOS PODEM PECAR?  Interpretação Judaica)

• Os anjos Miguel e Gabriel

Entre os anjos, apenas dois são citados nominalmente, Gabriel e Miguel. O fato de haver a revelação apenas de dois nomes não dá margem para crer que os outros anjos não tenham os seus.
Os anjos têm intelecto, emoções e vontade, ou seja, uma personalidade, um indício de que cada um deles tenham nomes próprios (1ª Pedro 1.12; Lucas 2.13; Judas 6).
Gabriel significa poderoso, herói de Deus. E Miguel é uma variante de Miqueias e Micaías, e significa “quem é como Deus?”. Não nos é revelado o porquê deste significado, mas ponderamos que seja em oposição às disposições hostis de Satanás, que tentou ser igual a Deus (Isaías 14.14).
Miguel é descrito como arcanjo, o anjo patrono e guardião do povo de Israel, que lutou contra o diabo (Daniel 10.13, 21; 12.1; Judas 9; Apocalipse 12.7).
Na Bíblia, Gabriel não tem classificação definida. Não temos a informação que ele seja um arcanjo, querubim ou serafim. Foi portador de mensagens muito especiais (Daniel 8.16; 9.21; Lucas 1.19, 26). Porém, no livro de Tobias, um apócrifo, ele está arrolado como um dos sete arcanjos que estão na presença de Deus.

• Arcanjos

O termo “arch” quer dizer “sumo”, “chefe”. Trata-se de uma categoria de anjos que exercem função superior aos demais, a expressão designa algum poder altíssimo. Em todo o Novo Testamento, ele aparece apenas em Judas 9 e 1ª Tessalonicenses 4.16.
Existe uma corrente de estudiosos da Bíblia que alegam haver apenas um arcanjo, que é Miguel. Mas, embora haja apenas uma citação bíblica, o contexto das Escrituras dá a entender que hajam outros.
No dia do arrebatamento o Senhor será acompanhado dos arcanjos: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus” - 1ª Tessalonicenses 4.16. Se houvesse apenas um arcanjo, a preposição viria articulada “do” arcanjo, porém a preposição é “de”, passando a ideia que haja mais de um. Pode-se observar isso no idioma original.
Os “principados” (Colossenses 1.16), para os escritos pós bíblicos são tipos de arcanjos. As explicações judaicas dadas sobre este tema indicam que tais anjos têm sob suas ordens, vasto número de seres angelicais. Naturalmente, todos estão sujeitos a Deus.
No livro de Daniel, Miguel é citado como “um dos primeiros” e mencionado por Gabriel (10.13, 21). Na carta de Judas, ele é citado para disputar o corpo de Moisés (versículo 9), em Apocalipse ele aparece acompanhado de outros anjos lutando contra Satanás (12.7).
O livro de Enoque, apócrifo, dá o nome de sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Segundo é dito ali, a cada um deles Deus entregou uma província sobre a qual reina. Os livros apócrifos não são considerados inspirados pelo Espírito Santo.

• Os querubins

O vocábulo querubim ou querubins, acha-se pela primeira vez em Gênesis 3.24. Tem raiz no verbo “querub”, que significa “guardar”, “cobrir”, “proteger” e, também, “celestial”. A palavra “querubim” não ocorre no grego secular; é uma transliteração do hebraico, ou aramaico, e daí a variedade de terminação no plural.
Eles representam a classe dos adoradores, tanto pela função quanto pela aparência de animais. São associados ao trono de Deus e mencionados tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Cogita-se que o Criador honre a criação animal por intermédio deles.
No Salmo 18.6-10, Davi escreveu em seu cântico que angustiado clamou ao Senhor e Ele desceu cavalgando sobre um querubim e voou, deslizando sobre as asas do vento.
Os querubins constituem uma ordem muito elevada entre os anjos. Eles exercem a função de guardiões. Quando o homem pecou, o Senhor fechou o jardim do Éden, e, para protegê-lo, pôs um querubim e uma espada flamejante ao oriente e ocidente (Gênesis 3.24).
Sem nenhuma conotação com a idolatria, Deus ordenou que se pusessem na tampa da arca da aliança, o propiciatório, estátuas de dois querubins feitas em ouro, voltadas uma de frente para a outra (Êxodo 25.17-18; 2º Reis 19.15; Salmo 80.1). Não era para idolatrá-los, apenas o sumo sacerdote, uma vez ao ano, entrava no local onde a arca estava para fazer o cerimonial de expiação pelo povo.
Salomão também usou a figura de dois querubins de madeira, revestidos de ouro, como ornamento na construção do templo (1º Reis 6.23-28).
Os querubins têm definições de aspectos variados. Podem ter rosto de águia, de touro e de homem. Às vezes aparecem descritos como “cheios de olhos”, com quatro asas e em outras com seis (Ezequiel 10; 16; Apocalipse 4.8). Em outra situação, têm a aparência dos serafins (Ezequiel 1.10; Isaías 6.2; Apocalipse 4.7).
O profeta Ezequiel descreve as plantas dos pés dos querubins como de uma bezerra, têm quatro cabeças, sendo que seus pés seguem em direção para onde suas cabeças olham (1.7; 10.11-12). O profeta ainda revela que rodas são movidas pela força desses anjos (10.16-17).
A expressão “zoon”, encontrada no livro de Apocalipse (4.6-11) significa “o que vive”. Diferente de “therion”, que significa “uma fera”. Os querubins não devem ser considerados animais, e, sim, criaturas viventes.
Antes de sua queda, Satanás era um querubim ungido (Ezequiel 28.14,16). Andava no meio de pedras afogueadas (Ezequiel 28.13,14). Como os outros querubins, Satanás é representado na Bíblia pela figura de animais: a serpente no jardim do Éden, e nos livros de Isaías e Apocalipse como um mitológico grande lagarto, um dragão (Gênesis 3.1-6; Isaías 27.1; Apocalipse 12.9; 20.2). No original Hebraico Bíblico: Satanás sendo chamado de "serpente"( ophis ; ὄφις) pode nos lembrar da criatura que engana Adão e Eva (veja Gn 3: 1-6, 13). No entanto, enquanto a Septuaginta grega também chama a serpente do Jardim de um ophis (Gen 3: 1 LXX), o escritor do Apocalipse não está se referindo à serpente que encontramos em Gênesis. No entanto, uma vez que os "filhos de Deus" nunca são chamados de "anjos" ( מלאכים ; malakhim) ), esta interpretação vai além dos dados textuais.
Sabemos que o Apocalipse não está lembrando a cobra no Éden porque a fonte da linguagem de João não é Gênesis, é Isaías. Além de chamar o diabo de uma "serpente" ( ophis ; ςις), Apocalipse primeiro descreve Satanás como um "dragão" ( drakon ; δράκων).
Descobertas arqueológicas na Palestina têm trazido alguma luz às representações antigas dos querubins. Em Samaria, painéis de marfim apresentam uma figura composta com um rosto humano, corpo de animal quadrúpede, e duas asas elaboradas e vistosas.

• Os serafins

O vocábulo “serafim” deve vir da raiz hebraica “sarafh”, cuja raiz primitiva queria dizer “consumir com fogo”. Hebraístas a traduzem como “queimadores”, “ardentes”, “brilhantes”, “refulgentes”, “amor”, “nobres”.
Apenas na chamada ministerial de Isaías é que encontramos os serafins destacados. Segundo a visão do profeta, eles são agentes de purificação pelo fogo, têm forma humana, apesar de possuírem seis asas. Veja: Isaías 6.1-7.
Na classe dos anjos, os serafins desempenham função no coro celestial, entoando “Santo, Santo, Santo”, incessantemente. Intérpretes bíblicos afirmam que o louvor seja dirigido ao Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, à Trindade, considerando o “nós”, encontrado em Isaías 6.8.
Eles são a classe que menos está mencionada na Bíblia.

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Filipenses 1:9-11

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