Ana desejava tanto ter um filho que isto a atrapalhava em suas oportunidades de cultuar a Deus. Especialmente naqueles momentos ela sentia que Deus lhe negara uma necessidade básica. Penina, que tinha filhos, sabia disto e zombava dela. Elcana, seu marido, demonstrava seu amor por Ana na frente de Penina e isto só piorava as coisas, intensificando o ciúme. Eles estavam no tabernáculo, em Siló, para oferecer um sacrifício a Deus e fazer uma refeição de celebração, mas Ana chorava e não tinha vontade de comer.
Certa vez, depois desses acontecimentos, Ana se afastou para um lugar onde pudesse expor sua amargura diante de Deus. Orou com grande emoção, chorando e movendo seus lábios. Silenciosamente, rogou a Deus, não por um milagre, mas apenas para que a natureza agisse, para que da semente de seu marido lhe nascesse um filho. E ela prometeu que devolveria este filho a Deus. Seu comportamento foi tal que Eli, o sacerdote, ao observá-la, a repreendeu, dizendo que estava bêbada. Ana defendeu-se e contou a Eli seu sofrimento, e ele também orou por ela. Então Ana encontrou paz e pôde comer.
Quando Deus respondeu a oração de Ana, Elcana deve ter reconhecido que aquele menino era, de forma toda especial, o filho de Ana. Ele deixou que ela tomasse todas as decisões com relação a ele. Ela lhe deu o nome de Samuel, que significa, "Deus ouve", e explicou: "Do SENHOR o pedi". E disse a Elcana que quando desmamasse o menino ela o levaria a Siló e o deixaria ali para sempre. Elcana era levita (1Cr 6.25-26). Assim, mais cedo ou mais tarde seu filho serviria no sacerdócio, mas isto só era exigido a partir dos 25 anos de idade. Ana queria que ele vivesse no local de culto desde a infância, para estar ciente da presença de Deus e ser totalmente dedicado a Ele.
Assim, quando Samuel tinha cerca de três anos, Elcana foi com ela e a criança a Siló. Levavam consigo um boi, que seria sacrificado no culto de dedicação de Samuel a Deus. Ela explicou a Eli que este era o menino que pedira a Deus e que ela o estava devolvendo, não por um período de tempo, mas por toda a sua vida, naquele exato momento. E o deixou ali aos cuidados do velho sacerdote, talvez auxiliado pelas mulheres que serviam no tabernáculo.
» Os filhos eram desmamados aos 2 ou 3 anos de idade.
Tendo dedicado, com alegria, aquilo que de mais precioso tinha em sua vida, Ana conseguiu orar e prestar culto. Agora ela transbordava de júbilo, e não de amargura. Regularmente ela tornava à casa do Senhor, e todas as vezes levava para seu filho em fase de crescimento um novo manto de linho que fizera. E embora Ana não tivesse pedido mais nada a Deus, ele lhe deu mais três filhos e duas filhas. E a criança que ela colocou no caminho espiritual tornou-se um grande profeta, trazendo a palavra de Deus a seu povo e ungindo reis.
» Siló, o lugar onde Josué erguera o tabernáculo de Deus (Js 18.1), foi o centro de adoração no período de Juízes. O "templo" como tal (v.9) só viria a ser construído na época de Salomão.
» O voto de Ana - O menino foi dedicado a Deus por toda a vida pelo voto de nazireu (veja Nm 6, e compare com a ordem dada aos pais de Sansão em Jz 13).
» Seus lábios se mexiam - Era comum orar em voz alta. Eli imediatamente tirou a conclusão errada. A vida religiosa devia estar em franca decadência, se os fiéis vinham ao tabernáculo embriagados. Compare com a conduta dos próprios filhos de Eli (2.12-17).
» O cântico de Ana - O cântico de Ana encontra eco no cântico de Maria, no NT (Lc 1.46-55). No pequeno espelho de sua própria vida Ana viu o reflexo de todo esplendor do caráter de Deus, Deus havia mudado a sorte dela. As provocações de Penina foram silenciadas. O vazio, a miséria e a vergonha se foram, para dar lugar a vida, alegria, honra. E o que Deus pode fazer por uma pessoa, Ele pode fazer e fará por todo o seu povo.
E a criança que ela colocou no caminho espiritual tornou-se um grande profeta, trazendo a palavra de Deus a seu povo e ungindo reis.
SUMÁRIO CRONOLÓGICO
Seu sofrimento.
A. Ana era uma das esposas de Elcana (1Sm 1.1,2).
B. Por muitos anos, ela foi infértil e amargurada (1Sm 1.2,7).
C. Ela era muito amada por Elcana (1Sm 1.5).
D. Entretanto, ela era ridicularizada por causa de sua infertilidade por Penina, a outra esposa, que tinha filhos (1Sm 1.2,6,7).
Sua súplica.
A. A repreensão.
a) Ela visitou o tabernáculo de Siló, onde orou em silêncio, chorando e jurando que criaria qualquer filho que Deus lhe desse como nazireu (1Sm 1.9-11).
b) Eli, o sumo sacerdote, vendo-a orar, pensou que ela estava bêbada e reprendeu-a (1Sm 1.12-14).
B. O reconforto.
Ao saber da situação real, Eli mandou Ana para casa, dizendo-lhe: Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste (1Sm 1.15-18).
Seu filho.
A. Ana deu à luz a Samuel (1Sm 1.19,20).
B. Ela, depois, daria à luz a mais três filhos e a duas filhas (1Sm 2.21).
Seu sacrifício.
A. Ela ofereceu um sacrifício sem vida (1Sm 1.25).
B. Ela ofereceu um sacrifício vivo (1Sm 1.27,28).
Seu cântico.
Após a dedicação, Ana, declamou uma bela ode de adoração que parece ser a base do cântico de Maria em Lucas 1.46-55 (1Sm 2.1-10). (Veja os atributos divinos que ela menciona no cântico, aqui: A MULHER QUE CANTA COM GRATIDÃO AO SENHOR)
DADOS
Esposo: Elcana (1Sm 1.2).
Filhos: Samuel (1Sm 1.19,20); e mais três cujos nomes não são mencionados (1Sm 2.21).
Citada pela primeira vez na Bíblia: 1 Samuel 1.2.
Citada pela última vez: 1 Samuel 2.21.
Significado do nome: "Graça".
Mencionada: 13 vezes.
Livro da Bíblia que cita Ana: um livro (1 Samuel).
Detalhe importante sobre a vida de Ana: ela era a bondosa mãe de Samuel (1Sm 1).
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