A IMAGINAÇÃO DE JESUS
Não menos admirável que a precisão e o vigor do espírito de Jesus era a Sua imaginação! Daí o fato de em Sua pregação Ele gostar de recordar tão frequentemente a figuras formosas, verdadeiras, atrativas. Elas comunicaram à sua linguagem um sabor, um relevo e certo encanto que contribuem para parte do êxito de Suas pregações.
Ora essas figuras aparecem espontaneamente no pensamento do Mestre, ora extraídas da recordação do que havia visto ou ouvido. Entre as imagens usadas por Jesus, estão: o sopro rápido e misterioso do vento (Jo 3.8); a fonte de água viva (Jo 4.10); o copo de água fresca (Mt 10.42); o lavrador que guia o arado (Lc 9.62); o homem forte e armado que guarda a casa (Lc 11.21); os servidores que, com a lâmpada na mão, esperam a volta de seu senhor, já na noite muito avançada; o mais rico vestido de púrpura e linha finíssimo (Lc 16.19); as vestes nupciais (Mt 22.11); o cego que guia outro cego (Lc 6.39); os pescadores de homens (Mc 1.17); a descrição do fim dos tempos (Mt 24-25); os sepulcros caiados (Mt 23.27); as montanhas transportadas pela fé (Mc 11.23); homens levando cada qual a sua cruz, seguindo o Filho de Deus (Mt 10.38). Assim aparecem os traços mais simples junto aos mais sublimes, comunicando mútua eficácia.
Que imaginação tão opulenta e, ao mesmo tempo, tão prática e resplandecente em todos os aspectos! Ela se manifesta até nos nomes pitorescos e perfeitamente apropriados que Jesus deu a alguns de seus discípulos, como Cefas, pedra; Boanerges, filhos do trovão.
Os conselhos, as réplicas, as reprovações de Jesus alcançaram sempre o alvo e levaram o selo da sabedoria e da oportunidade. Sua vida de missionário, que o expôs às mais diversas situações, colocava-o em contato com todas as classes da sociedade judaica e da estrangeira, de modo que, com frequência, Jesus tinha de responder às perguntas mais imprevistas, mais delicadas e mais embaraçosas. Mas Ele sempre se saiu dessas situações com uma habilidade que causava admiração até a seus inimigos (Lc 20.26) e encantava as multidões (Mt 22.46; Mc 12.37).
Quando João Batista hesitou em batizá-Lo, Jesus se contentou em responder-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça (Mt 3.15). Três vezes consecutivas, Jesus reduziu ao silêncio o Tentador com respostas baseadas nas Escrituras (Mt 4.4,4,10). Como os fariseus perguntassem maliciosamente aos primeiros discípulos por que se preocupavam tão pouco com as tradições relativas à pureza e às impurezas legais, o Divino Mestre lhes tapou a boca com argumentos irrefutáveis (Mt 15.3-11; Mc 7.1-13). E o mesmo aconteceu em muitas outras ocasiões, em que as palavras de Jesus, dignas e severas, irônicas ou doces e aprazíveis, dirigidas a inimigos ou amigos, produziram assombrosos resultados (Mt 16.2-4; 21.16,24; 22.15-21,29,33; 26.64; Mc 2.8-12; 6.5; 10.42-45; Jo 18.33-37; 19.11).
Por todas essas considerações, conclui-se claramente que o Salvador teve, em soberano grau de perfeição, faculdades intelectuais análogas às nossas, submetidas às mesmas leis gerais que as nossas e das quais Ele se serviu como de preciosos e dóceis instrumentos para o cumprimento de Sua missão.
Amém!
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E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11