COSTUMES BÍBLICOS: A Igreja e os cristãos


A Igreja e os cristãos

Quais são os dois tipos de cristãos que normalmente formam uma igreja local?
Os cristãos podem ser agrupados em duas categorias: bolas de gude e uvas. As bolas de gude são "unidades individuais que não afetam as outras, exceto em caso de colisão". As uvas, por outro lado, misturam-se: cada um faz "parte da fragrância" do corpo da igreja. (Anne Ortlund. Up with Worship. p. 67)
Os primeiros cristãos não quicavam por aí como bolas de gude soltas, ricocheteando em todas as direções. Imagine-os como um cacho de uvas maduras, espremidos juntos pela perseguição, sangrando e misturando-se uns com os outros.
A comunhão e a adoração e a adoração representam, então, o cristianismo genuíno livremente compartilhado entre os membros da família de Deus. É triste pensar em quantos cristãos hoje estão perdendo esse tipo de proximidade. Os sermões e os cânticos são edificantes e necessários, mas oferecem apenas parte de um encontro vital da igreja. Precisamos também do envolvimento com os outros. Se entramos e saímos da igreja a cada semana sem adquirir algumas manchas de suco de uva, na verdade, não temos provados do doce vinho da comunhão.
O que está envolvido na administração de uma igreja local? (1 Co 4.1,2; 1 Pe 4.10).
Nos dias do Novo Testamento, um despenseiro era o administrador de uma casa ou propriedade. Ele era nomeado e encarregado pelo proprietário para manter a propriedade funcionando perfeitamente. Pedro e Paulo escreveram com esse pano de fundo em vista, lembrando-nos de que somos despenseiros de Deus. São quatro as responsabilidades que nos foram confiadas:
Como empregamos nossos talentos.
Aqui, a referência é feita aos dons espirituais. Um dom espiritual pode  ser definido como uma capacidade sobrenatural para glorificar a Deus e edificar a igreja dada por Cristo ao cristão, por intermédio do Espírito Santo, no momento de sua salvação (Rm 12.6; 1 Co 12.4; Ef 4.8).
É opinião deste autor que alguns dos dons espirituais cessaram (como os dons de profecia, apostolado, línguas, milagres etc.), sendo considerados desnecessários após a conclusão do dom divino supremo: a própria Bíblia! Paulo parece confirmar essa posição em sua epístola final, pouco antes de sua morte (2 Tm 3.16,17).
Se isso for verdade, então 11 dons são atuais para hoje: (Veja também: A obra do Espírito Santo nos dons espirituais )
  1. Sabedoria: para aplicar de forma correta e concisa princípios espirituais a problemas contemporâneos (1 Co 12.8).
  2. Discernimento de espíritos: para fazer distinção entre as ações de demônios, de humanos ou de Deus na vida de outra pessoa (1 Co 12.10).
  3. Repartir: investir, sacrificialmente, grande soma de tempo (e/ou dinheiro) na vida de outra pessoa (Rm 12.8).
  4. Exortação: motivar um crente positivamente a agir de forma frutífera (Rm 12.8).
  5. Ministério: oferecer ajuda prática em assuntos físico e espiritual (Rm 12.7).
  6. Demonstração de misericórdia: ajudar o sofredor (Rm 12.6,8).
  7. Presidir: organizar, administrar e promover (Rm 12.8).
  8. Fé: crer e esperar grandes coisas da parte de Deus (1Co 12.8,9).
  9. Ensino: comunicar de forma efetiva e explicar os detalhes da Palavra de Deus, promovendo o crescimento espiritual no Corpo de Cristo (Rm 12.7).
  10. Evangelismo: (1) leva os pecadores a Cristo, (2) estabelece novas igrejas nos locais onde elas ainda não existem (Ef 4.11).
  11. Pastor/doutor: alimentar e guiar o rebanho de Deus (Ef 4.11).
Como empregamos nossos templos.
A referência aqui é ao corpo físico do cristão.
  1. Precisamos entender que nossos corpos são o templo do próprio Espírito Santo (1Co 6.19).
  2. Devemos, portanto, apresentar esses corpos a Deus (Rm 12.1,2).
  3. Devemos manter o corpo sob controle (1Co 9.27).
  4. Devemos glorificar a Deus em e por nossos corpos (Rm 6.19).
Como empregamos nossos tesouros.
Observações feitas pelo Dr.David Jeremiah:
No Novo Testamento, existem 38 parábolas. Delas, 12 falam sobre riquezas. A cada seis versículos em Mateus, Marcos e Lucas, um tem a ver com dinheiro. Como 100% do que temos vem de Deus, somos responsáveis por usar nossos recursos de forma sábia e de acordo com a vontade dele. Como todas as outras áreas da mordomia, o Senhor está interessado no quadro inteiro, não apenas na porcentagem. O que fazemos com todo o nosso tesouro é importante para Ele.
Talvez o termômetro mais acurado para medir a condição espiritual de um homem seja observar seu relacionamento com o dinheiro. Jesus tratou de assuntos referentes ao dinheiro porque este é importante.
Consideremos essa área vital entre as seguintes linhas de pensamento.
1- Como me sinto em relação ao dinheiro?
  1. Preciso reconhecer que o dinheiro vem de Deus (Dt 8.18; 1Cr 29.11,12; Tg 1.17).
  2. Preciso reconhecer que o dinheiro em si não pode satisfazer-me (Is 55.1,2). Dizem que existem dois tipos de pessoas neste mundo. O primeiro grupo é infeliz, porque não conseguiu as coisas que queria; enquanto o segundo grupo está triste, porque conseguiu.
  3. Preciso recusar-me a substituir o Salvador pela prata (Lc 16.13; 1Tm 6.10,17).
  4. Preciso crer que Deus graciosamente suprirá todas as minhas necessidades que não tenho condições de prover sozinho (Mt 6.31,32; Fp 4.19).
2- Como obtenho dinheiro? O dinheiro pode ser obtido de três maneiras.
  1. Por trabalho (Gn 3.19; Pv 14.23; 28.19; Ef 4.28; 2Ts 3.10).
  2. Por investimento (Mt 25.27).
  3. Por herança (Pv 13.22).

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3- Como oferto meu dinheiro?
O pré-requisito da oferta. O ofertante deve, antes de tudo ofertar-se a si mesmo. Deus deseja a dedicação de nossa vontade antes da dedicação de nossa carteira (Rm 12.1; 2CO 8.5).
A porcentagem da oferta. No Antigo Testamento, havia dois tipos de oferta - a exigida (Lv 27.32 - 10%) e a voluntária (Êx 25.1,2; 36.5-7; 1Cr 29.9; Pv 3.9, no valor desejado). Mas, e quanto ao Novo Testamento? Discussões infindáveis têm sido levantadas se os cristãos do Novo Testamento ainda estão presos à lei do dízimo do Antigo Testamento. Independente do que possa ser dito, é impensável que uma pessoa sob a graça possa pensar em dar menos do que uma pessoa sob a lei possa ter dado.
O lugar para ofertar. A Bíblia ensina que o dízimo deve ser levado à casa do tesouro? Esse é outro assunto que tem levantado muitas discussões. Uma regra geral é que a pessoa deve pagar pelo local onde dorme e pela comida que come. Isso significa que se espera que eu sustente a igreja local de onde minha alma retira sua força semanal. Outros ministérios não devem ser negligenciados, mas ofertar, como para a caridade, ainda começa em casa.
O padrão da oferta.
O exemplo dos macedônios (2Co 8.1-3).
(a) Eles dedicaram seus corpos ao Senhor.
(b) Dedicaram sua vontade ao apóstolo.
(c) Com sacrifício, compartilharam sua riqueza com os santos.
O exemplo do Filho (2 Co 8.9).
O exemplo do Pai (2 Co 9.15).
O paradoxo da oferta. 
Um paradoxo é uma contradição aparente (mas não real). Eis um paradoxo. Se eu tiver 100 dólares e entregar 15 para Deus, ficarei com 85 dólares. Mas, de alguma forma, esses 85 dólares, em longo prazo, pagarão mais contas e atenderão a mais necessidades do que os 100 dólares originais poderiam ter feito. O exemplo clássico desse paradoxo ser visto nos cinco pães e dois peixinhos entregues a Cristo por um jovem rapaz. (Veja Jo 6.9-13; cf. Pv 11.24,25)
Os princípios da oferta.
(a) É iniciada pelo próprio Deus (2 Co 8.1; 9.8).
(b) Deve ser entregue conscientemente (2 Co 9.7).
(c) Deve ser voluntária (2 Co 8.3,4,8,12; 9.7).
(d) Deve ser liberal (2 Co 8.2; 9.6)
(e) Deve ser precedida pela entrega do eu ao Senhor (2 Co 8.5).
(f) Deve ser fruto de nossa alegria em Cristo (2 Co 8.2; 9.7).
(g) Deve estar baseada no que temos (2 Co 8.12).
(h) Está associada aos dons espirituais (2 Co 8.7).
(i) Deve, portanto, ser considerada como um ministério (2 Co 9.1).
O propósito da oferta.
(a) Serve como um exemplo para os outros (2 Co 9.2).
(b) Demonstra nosso amor por Deus (2 Co 8.8,24).
(c) Garante nosso próprio crescimento espiritual (2 Co 9.9,10).
(d) Garante-nos que nossas próprias necessidades serão supridas (2 Co 9.11).
(e) Resulta em Deus dando-nos mais do que poderíamos retribuir (2 Co 9.8).
(f) Atende às necessidades dos santos que são merecedores (2 Co 9.12).
(g) Resulta em Deus recebendo glória desses santos merecedores que foram ministrados (2 Co 9.12,13).
(h) Enriquece ao que oferta, uma vez que passa a ser o alvo das orações daqueles que ajudou (2 Co 9.14)
O privilégio de dar.
Quer percebamos ou não, Deus não precisa de nosso dinheiro (Sl 50.12-15). Mas Ele, graciosamente, permite-nos devolver-lhe -- e até receber o crédito -- aquilo que já é seu.
4- Como devo gastar o dinheiro?
(a) Devo pagar minhas dívidas (2 Rs 4.7; Mt 17.24; Rm 13.8).
(b) Devo sustentar minha família.
(c) David Jeremiah recomenda três bons hábitos financeiros:
  1. Devemos preparar-nos para o inverno no verão (Pv 30.25).
  2. Devemos investir nosso dinheiro onda ele possa render (Mt 25.27).
  3. Devemos planejar à luz do iminente retorno de nosso Senhor (Tg 4.13-16).
(Parte do material acima, nesta seção, foi retirado do livreto: JEREMIAH. Biblical Stewardship. Fort Wayne, IN: Private printing, 1977)
Em seu excelente livro intitulado A Biclical Theology of Material Possessions, o Dr. Gene A. Getz relaciona 126 princípios super culturais que resumem as verdades bíblicas a respeito dos bens materiais. A expressão super cultural foi usada para indicar aqueles princípios como quando foram escritos pela primeira vez séculos atrás.
No capítulo final do livros (40), Getz organiza os 126 princípios em 12 temas principais. São eles:
  1. Alcançar outros com o evangelho. Conforme os cristãos usam seus bens materiais em harmonia com a vontade de Deus, as pessoas são encorajadas a crer em Jesus Cristo (At 2.47).
  2. Manter o amor e a unidade no Corpo de Cristo. Conforme os cristãos usam seus bens materiais para atender às necessidades dos outros, o amor e a unidade são desenvolvidos no Corpo de Cristo (At 4.32).
  3. Ser modelo no ofertar. Os líderes espirituais devem ser modelos da forma que todos os cristãos devem usar seus bens materiais (At 4.37).
  4. Atender às necessidades humanas. Os cristãos devem estar dispostos a fazer sacrifícios especiais a fim de atender necessidades materiais especiais dentro do Corpo de Cristo (At 4.34,35).
  5. Ofertar com os motivos corretos. O que os cristãos ofertam deve sempre ser dado para honrar a Deus e não a si mesmos (At 4.34-36; 5.4).
  6. A responsabilidade e a prestação de contas da liderança. Deus planejou que as igrejas locais oferecessem o contexto principal no qual os cristãos possam usar seus bens materiais para o avanço da obra do Reino de Deus (At 2.6).
  7. As bençãos de Deus para a oferta fiel. Cristo deseja que os cristãos orem pelo sustento diário (Mt 6.11).
  8. O problema do materialismo. É possível que um cristão esteja escravizado pelos bens materiais (Mt 6.24).
  9. Sustentar líderes cristãos. Deus honra os cristãos de forma especial quando eles atendem às necessidades materiais daqueles que realmente servem a Deus (Mt 10.42).
  10. O plano específico de Deus para a oferta. Os cristãos precisam ter cuidado para não avaliar subjetivamente o que eles acreditam ser a direção do Espírito Santo quando o assunto é ofertar (Jo 14.25,26).
  11. Os cristãos e a questão da dívida. Os cristãos que têm dinheiro ou bens devem sempre pagar o que devem (Rm 13.8).
  12. A oferta e a vontade de Deus. A forma como os cristãos usam seus bens materiais é um critério importante para determinar se estão ou não vivendo de acordo com a vontade de Deus (At 2--6). (A Biclical Theology of Material Possessions. Moody Press, 1990.p.387,388)
Alguns pensamentos finais:
(1) Existem dois tipos de pessoas na terra. A primeira é infeliz, porque não conseguiu o que queria; a segunda, porque conseguiu.
(2) A filosofia materialista diz: o que há de bom na felicidade se ela não lhe traz dinheiro?
(3) O dinheiro pode comprar:
  1. Uma cama, mas não o descanso.
  2. Comida, mas não satisfação.
  3. Luxo, mas não o contentamento.
  4. Ações, mas não segurança.
  5. Uma casa, mas não um lar.
  6. Uma igreja, mas não um Salvador.
A membresia na igreja é um conceito bíblico?
A- Em Atos e nas epístolas, vemos os apóstolos estabelecendo igrejas distintas em diferentes cidades. Elas relacionavam-se com a igreja em Jerusalém e buscaram seu conselho, mas não eram dirigidas por Jerusalém.
B- Existem 27 igrejas distintas citadas no Novo Testamento em várias cidades.
C- Os apóstolos e líderes de igrejas aceitavam que cada igreja era um organismo organizado, e dirigiam-se aos cristãos nessas igrejas como um grupo, como membros, e não como indivíduos.
D- A responsabilidade e o padrão de participação nessas igrejas eram altos, muito mais altos do que as exigências membresia da maioria das igrejas de hoje. Pelo menos 18 ordens "uns aos outros" podem ser encontradas no Novo Testamento, onde grupos de cristãos são dirigidos para funcionar como um corpo.
E- Essas igrejas, da mesma forma que a igreja em Jerusalém, tinham as características de um organizado com membros, um processo de entrada, atividades semanais, espírito de grupo, grupo disciplinar para questões de comportamento, processo de seleção para liderança, normais para evitar a membresia no grupo, organização, a mobilização autônoma como um grupo e procedimento para resolução de conflitos.
  1. A entrada na membresia da família acontecia por intermédio do arrependimento para salvação e batismo. (At 2)
  2. A atividade de membresia incluída a comunhão diária, estudo e cuidado dos outros membros. (At 2)
  3. O espírito de membresia era de amor e atenção unificados. (At 4)
  4. A disciplina à membresia aconteceu quando a santidade de Deus foi ignorada por um membro, e foi praticada por outros líderes da igreja para alertar os outros membros. (At 5; 1 Co 5)
  5. A liderança da membresia foi confirmada pelos membros e apóstolos quando reconheceram e escolheram homens espiritualmente sábios para guiar o grupo no servir. (At 6; 1 Tm 3)
  6. Impedir a adesão à membresia partia dos líderes da igreja quando sentiam que alguém não era um verdadeiro discípulo de Jesus. (At 9)
  7. A organização da membresia ficou evidente com a clara distinção entre diferentes corpos da igreja em cada cidade, não como uma membresia geral em um corpo coletivo dirigido por Jerusalém. (At 11)
  8. A mobilização da membresia e seus missionários foi realizado por igrejas individuais, e relatórios do ministério eram mandados de volta para a igreja que enviava. (At 13_14)
  9. Os conflitos de membresia eram resolvidos com o envio de um representante da igreja de Jerusalém em busca de conselho. (At 15; 1 Co 1.10,11) (Material preparado para os líderes da igreja de West Ridge, Dr. Matthew L. Willmington, impressão particular, Hiram, GA)
B. Quando um cristão pode deixar sua igreja?
A- Por que e quando isso pode ocorrer.
1- Se e quando a igreja se afastar da sã doutrina, seja por diminuir ou de fato negar:
  1. O nascimento virginal de Cristo, sua divindade, vida sem pecado, morte vicária e ressurreição corporal.
  2. A inspiração das Escrituras
  3. O evangelho da graça e a necessidade do novo nascimento.
  4. A existência do céu, inferno etc.
2- Se ali se desenvolver uma respeitável discussão por doutrinas menores, como falar em línguas, mulheres pregadoras, traduções da Bíblia etc.
B- Como a pessoa deve sair da igreja.
Depois de informar o pastor por que está saindo da igreja, a pessoa deve partir da  forma mais silenciosa e rápida possível. Em resumo, se um cristão está considerando deixar sua igreja, a resposta a duas questões práticas irá ajuda-lo a tomar a decisão correta:
1- Se eu permanecer, serei capaz de receber regularmente uma bênção de minha igreja?
2- Se eu permanecer, serei capaz de contribuir regularmente com uma bênção para minha igreja?


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Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11

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