Evangelho de João caps. 15 ao 21
Jo 15--16:
"Eu sou a videira verdadeira"; mais sobre o Auxiliador prometido
A ceia chegara ao fim. Jesus e os seus discípulos estavam a caminho do Getsêmani (14.31; 18.1). A conversa não tinha chegado ao fim. O tempo estava se esgotando.
Jo 15.1-17: No AT, Israel é retratado como videira que Deus tirou do Egito e plantou numa nova terra, mas que muitas vezes havia deixado de dar frutos que Deus esperava. Jesus é a videira real, que cumpriu o propósito de Deus onde Israel havia falhado e que criou um novo Israel (os "ramos" são aqueles que crêem nele).
Cada ramo de uma videira sai diretamente do tronco principal. Quando os ramos são cortados, aqueles que deram frutos são podados a uma distância de 3 a 6 cm do tronco. Eles "permanecem" no tronco durante o ano à medida que ele cresce ao seu redor. Então os ramos brotam rapidamente e voltam a dar frutos. Os que não dão fruto são cortados pela base e só servem para fazer fogo.
Jo 15.18--16.4a: Os seguidores de Jesus não pertencem mais ao mundo como antes. Ele os tornou parte de si mesmo e inevitavelmente eles serão odiados, como o próprio Cristo foi odiado. Mas havia um Auxiliador a caminho (15.26). Mesmo assim, haveria aqueles que achariam que estavam servindo a Deus ao tentarem matar os seguidores de Jesus. (Paulo confessou que foi um deles: At 22.3-4).
Jo 16.4b-15: Jesus retornou ao que já havia dito a eles (13.33; 14.16,25): Sua ida significava a vinda do Espírito em seu lugar. Este mostraria às pessoas como estavam erradas a respeito de pecado e julgamento (8-11) e levaria os seguidores de Jesus a um conhecimento mais profundo da verdade (13-15).
Jo 16.16-33: Haveria tristeza (com a morte de Cristo), mas por pouco tempo. Os discípulos tornariam a vê-lo (na ressurreição) e a alegria deles seria duradoura. Havia um tempo de provação à frente, mas a batalha entre Jesus e o mundo já estava vencida (31-33)!
Produzir fruto (15.4,16) Gl 5.22 dá exemplos: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.
16.25,29 Jesus estava usando "figuras" e (nos outros Evangelhos) havia ensinado por meio de parábolas. Em breve ele falaria claramente. "Agora", da perspectiva dos discípulos, ele começava a fazer isso.
"Eu sou a videira", disse Jesus. "Vocês são os ramos". |
Jo 17: Jesus ora por si mesmo e por seus seguidores
A obra de Jesus estava completa (4), com exceção da "hora" final. Ele transmitiria a mensagem de Deus. Havia revelado Deus. Agora só restava a morte e a glória que deixara para se tornar um ser humano.
Mas os seus seguidores (os discípulos e aqueles que viriam a crer através do ensinamento deles, 20) permaneceriam num mundo hostil. Diante disto, Jesus ora para que Deus os proteja (15); que a vida deles seja moldada pela verdade da palavra de Deus (19); que demonstrem tal união entre si que o mundo seja levado a crer (21); e que possam, no final, estar com ele na sua glória (24).
V. 12 A referência é a Judas.
V. 24 Confira Jo 1.14.
Jo 18--21
Julgamento, morte e ressurreição
Jo 18.1-12: Jesus é traído e preso
Veja Mt 26.30-56. Veja também Mc 14.26-52; Lc 22.39-53. João omitiu a oração de Jesus no jardim. Mas nos deu o nome do servo, e conta que quem o feriu com a espada foi Pedro.
V. 1 Veja mapa, "Jerusalém na época do NT".
Jo 18.13--19.16: Jesus é julgado
Veja notas em Mc 14.53--15.15; Lc 22.54--23.31. Veja também Mt 26.57--27.26. João, talvez em consideração aos seus leitores não-judeus (veja a introdução), reservou mais espaço para o julgamento romano (diante de Pilatos) do que para o judaico (diante do Sinédrio).
Os detalhes registrados por João revelam que ele sabia muito bem o que aconteceu: a noite fria; a fogueira (18.18); a bofetada em Jesus (18.22); os escrúpulos religiosos dos judeus que não queriam entrar na casa de um romano naquele momento (18.28); o diálogo entre Jesus e Pilatos, e entre Pilatos e os judeus; a terrível apostasia nacional, quando o povo de Deus declarou que não tinha rei senão César.
Anás e Caifás (18.13-14) Ao contrário dos outros Evangelhos, João não menciona o Sinédrio ou Conselho Superior dos judeus. Jesus foi interrogado por Anás (18.12-13,19-24), um poderoso ex-sumo sacerdote e sogro de Caifás, o sumo sacerdote da época. Os outros Evangelhos descrevem o julgamento como tal, presidido por Caifás.
Naquele ano (18.13) O sumo sacerdote ocupava o cargo por mais de um ano. João quis dizer "naquele ano específico".
Um galo cantou ( 18.27) Como Jesus havia previsto. (13.38).
19.14 A véspera da Páscoa era o Dia da Preparação. Nesse dia eram mortos os cordeiros que seriam assados e comidos na refeição da Páscoa, que tinha início após o pôr-do-sol (no "dia seguinte", segundo a contagem judaica). Há um significado profundo no fato de Jesus ter morrido no dia em que os cordeiros eram sacrificados. Sendo assim, Jesus celebrou a Páscoa com os seus discípulos um dia antes (sem cordeiro pascal).
Sobre a marcação do tempo naquela época, veja notas em Lc 23.44 e Jo 1.39.
Jo 19.17-37: Jesus é crucificado
Veja notas em Mc 15.16-41; Lc 23.32-49. Veja também Mt 27.27-56. Mais uma vez o texto de João dá a entender que se trata do relato de uma testemunha ocular, nos detalhes do título ou letreiro (20-22); na observação sobre a túnica sem costura (23-24); no registro do momento em que Jesus deixou a mãe aos cuidados de João (26-27); na evidência inquestionável da morte de Jesus (34).
V. 31 A lei judaica dizia que os corpos dos criminosos não deviam ficar pendurados após o pôr-do-sol. (Dt 21.23).
V. 34 João está querendo dizer mais do que simplesmente que Jesus estava, de fato, morto. Como judeu, era impossível não ver um significado especial no fluxo de sangue (do sacrifício) e de água (para purificação). A morte de Jesus traz perdão e nova vida.
Jo 19.38-42: O sepultamento
Veja notas em Mc 15.42-47; Mt 27.57-66; Lc 23.50-56. A morte de Jesus tirou do anonimato dos dos seus discípulos secretos. Somente João menciona a participação de Nicodemos (veja 3.1-15).
Jo 20: Ele ressuscitou!
Veja Lc 24; Mt 28; Mc 16. Esse Evangelho dá um relato pessoal do que aconteceu: o que João viu e ouviu por si mesmo, e o que ouviu de Maria Madalena. A solene declaração de fé do realista Tomé - "Senhor meu Deus meu!" - é o clímax de todo Evangelho. João escreveu o seu Evangelho para levar seus leitores a uma fé em Jesus tão segura e definida como a de Tomé (31), para que esses leitores encontrassem "vida" por meio de Jesus. Ele não podia contar tudo sobre Jesus (30; 21.25), mas o que contou é o suficiente.
V. 7 João viu os lençóis e a faixa que tinham posto em volta da cabeça de Jesus. Mas havia, agora, um espaço vazio que separava a faixa, enrolada num lugar à parte, dos lençóis. Ninguém poderia roubar o corpo e deixar os lençóis e a faixa naquela posição. O corpo de Jesus só podia ter passado através deles. João notou isso, e creu.
Jo 21: Jesus na Galiléia com seus discípulos
Apenas João nos conta como Jesus se manifestou a sete discípulos enquanto pescavam. João estava lá. Ele lembrou quantos peixes pescaram e sua surpresa e seu alívio ao ver que a rede estava intacta. Lembrou-se de como Jesus deu a Pedro a oportunidade de superar as três negações, perguntando-lhe por três vezes seguidas se Pedro o amava. Lembrou-se de como Jesus restaurou Pedro a sua antiga condição de líder e lhe deu a tarefa de cuidar do seu povo. Ele se lembrou da pergunta de Pedro sobre o que seria dele, o discípulo amado, e da resposta que Jesus deu.
O Evangelho termina com uma afirmação da verdade do que foi escrito. Foi "o discípulo a quem Jesus amava" (20) que deu "testemunho a respeito destas coisas e as escreveu". A comunidade testifica da verdade do que ele disse (24).
V. 18 Uma predição de como Pedro seria morto. A tradição diz que ele foi crucificado em Roma quando Nero era o imperador.
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Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11